Uma tragédia o time do Alquimista Luxemburgo. Perdi as contas da quantidade de formações que o Fluminense teve em campo. Além das três alterações na escalação, a arrumação dos jogadores se alterava a toda hora. Dessa forma, como um time consegue se entender? Então, o que se viu nem um bando foi. Esteve bem mais desorganizado do que isso. Não há conceito para tal.
Tudo começou com os onze iniciais: Rafinha na lateral esquerda e Diguinho no meio. Por que não o Igor Julião na esquerda, o Rafinha no meio e o Diguinho no inferno?
Vamos para o jogo. Os primeiros minutos foram da Ponte Preta, que estava muito à vontade em campo. O Fluminense não se achava. Os últimos jogos têm sido assim. A partir dos 15’, o meio-campo tricolor se ajustou e passou a ter a posse de bola. Biro Biro, aberto pela esquerda, levava perigo à defesa campineira. Rafinha chegava pelo lado e Jean fixava-se na intermediária adversária.
Inexplicavelmente, lá pela metade da etapa inicial, Biro Biro foi para o meio e a única jogada de ataque acabou. De Bruno, não se pode esperar nada. Jean continuou tentando organizar a transição da defesa para a intermediária da Ponte Preta. O problema é que ninguém achava o Samuel e o Biro Biro ficou preso na marcação. Eduardo, encarregado da criação, assistia ao jogo. Nada produzia.
Mesmo com todas as dificuldades, Biro Biro ainda teve duas oportunidades para marcar: na primeira, cabeceou uma bola vinda da direita, após boa jogada de Samuel; na segunda, chutou para fora uma bola em que estava sozinho na marca do pênalti. Jean chutou algumas bolas, mas a pontaria não é o seu forte.
Do intervalo, o Alquimista tirou o apagado Eduardo e colocou Igor Julião. Quando se imaginava que Rafinha viria para o meio, Julião foi para a direita e Bruno – inacreditável! – posicionou-se no meio. Rafinha continuou numa zona morta. O técnico, melhor, o Alquimista não demorou em perceber a bobagem (ou não!) e tirou Bruno para a entrada de Marcos Júnior.
Naquela altura, a confusão era generalizada. Cada um queria “resolver a parada”. Os passes eram divididos. Seria impossível furar o bloqueio. A Ponte Preta estava determinada a ganhar o jogo no contra-ataque. Tentou uma vez, duas, três. Para tentar conter as escapadas da Macaca, o Alquimista, pela enésima vez, mexeu na estrutura do time, colocou Fábio Braga no lugar de Gum e recuou Edinho para a zaga.
O cenário não mudou e, no afã de conseguir a vitória, o Fluminense se mandava. Aos 36’, uma bola foi espichada, Fábio Braga acompanhou muito distante, o jogador da Ponte Preta ajeitou, cortou para o meio e fuzilou. A bola bateu na trave e em Cavalieri antes de entrar.
Tudo configurado para mais uma derrota, afinal, o Fluminense jogava muito mal, perdia por 1 x 0 e o tempo se esgotava. Marcos Junior não se entregava e Rafinha idem. Biro Biro estava extenuado, mas suava as últimas gotas que ainda tinha. Quatro minutos depois, Marcos Junior escapou pela lateral da área e chutou cruzado, a bola bateu num adversário, enganou Roberto e entrou chorando. O jogo estava empatado.
Nos últimos minutos, o Fluminense foi para frente com o objetivo de conseguir mais uma virada heroica, mas os tempos são outros e nem os deuses guerreiros querem ajudar.
Fazia tempo que não via um time tão bagunçado. Hoje, o Alquimista se superou: repito, perdi as contas da quantidade de formações que o Fluminense teve em campo. Acabei o jogo de ombros caídos e de cabeça baixa. O que pode ajudar o Fluminense nesse final de campeonato é a falta de vaga na zona. Precisaremos de sorte, muita sorte.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Imagem: http://www.corpussomnium.org/
Os deuses guerreiros ajudaram com o empate.