Mais uma vez o futebol dá seu exemplo para a vida de que os recomeços sempre são possíveis. Ainda bem que um desses exemplos é tricolor.
Fábio é muito mais do que se pode chamar de força de vontade, apenas. Misture várias qualidades com farta porção de resiliência, força e fé. Aos 43 anos ele é um fenômeno no gol do Fluminense. Isso certamente tem a ver com a maneira de como deixou o Cruzeiro, ou melhor, como foi preterido pelo clube mineiro, depois de anos atuando por lá. Ele não merecia. Ninguém merece.
Ao chegar nas Laranjeiras, muitos olhos (inclusive os meus) olharam com uma certa desconfiança para aquele quase veterano tranquilão, de fala mansa. Apesar de sua longevidade, da marca de 100 jogos pela Libertadores e muitas temporadas por Vasco e Cruzeiro, nunca houve tamanho reconhecimento.
Lembro de uma de suas primeiras entrevistas quando disse que a carreira estava zerada. Que aquele era um novo ponto de partida. Foi uma motivação extra: mostrar que ainda era capaz de atuar com qualidade. Moral da história: não mexam com um homem ferido.
Defender a posição com uma camisa que já foi de Castilho, Veludo, Félix e Paulo Victor não deve ser fácil pra ninguém. Fábio se superou e continua se superando, sendo um dos heróis do título da Libertadores. Normal em todas as partidas escutar o narrador da TV berrando “Fááábiooooooo, sensacionallllll, mais uma vez”. E mais uma, e de novo, e sempre.
Não por acaso ele confessou que precisou se adaptar a sair jogando com os pés. Habilidade essa que não tinha tão apurada, mas que passou a sobressair no Fluminense. Fábio não rifa uma bola sequer, mesmo estando pressionado e nos dando sustos gigantescos.
Toda essa calma do nosso goleiro nos faz acreditar que ainda está muito longe do fim. Ele próprio já disse que nem pensa em parar. Fábio é imparável e o Fluminense foi um recomeço pra ele. Desde quando acreditou na possibilidade de se reinventar. Ele é o exemplo de que todo mundo pode traçar um novo começo digno e comemorar momentos de glória.
Excelente analise!