A segunda-feira passou com um uma mistura de alegria e gratidão com a mais profunda e triste decepção. A alegria ocupou maior parte do dia com as celebrações nos grupos de amigos tricolores, e em textos desses mesmos amigos sobre a comemoração do aniversário do nosso Presidente Eterno, o Dr. Francisco Horta.
Dr. Horta faz parte da pequena lista dos presidentes mais importantes da história do Fluminense, e destes, é o último ainda vivo. Foi um grande privilégio para mim participar do programa deste PANORAMA transmitido ao vivo na noite de segunda com o único objetivo de homenagear o ex-presidente e relembrar sua história no clube.
A contratação de Rivellino, a montagem da inesquecível Máquina Tricolor, as conquistas dos torneios de Paris e do Teresa Herrera e a bandeira do Fluminense hasteada no topo da Torre Eiffel foram histórias que contamos e discutimos entre nós e com os amigos que comentaram no chat.
A política do Troca-troca, o jogo da “Invasão Corintiana” e o fim da Máquina Tricolor também foram discutidos sempre trazendo os contextos da época, evitando ao máximo reler estes eventos à luz do mundo de hoje, cinquenta anos mais tarde.
Toda felicidade e clima de gratidão presentes ao longo do dia e que se estenderam durante o programa foram impactados com o inacreditável e triste silêncio do clube sobre a data. Nem mesmo uma tímida postagem nas suas redes foi feita para felicitar o ex-presidente pelo seu aniversário.
Não é apenas triste e decepcionante, chega a ser revoltante pensar o que seria correto o clube ter feito em homenagem ao Dr. Horta. Nada menos de um evento oficial no clube, com um jantar, convites para os jogadores da Máquina ainda vivos e outros jogadores históricos. Seria maravilhoso o evento terminar com o anúncio de que o ex-presidente seria nomeado Grande Benemérito.
A atual administração realmente acredita que homenagear personagens históricos do clube pode ser prejudicial para seu projeto de poder? Ou será apenas um bando de pessoas absolutamente ignorantes que comandam o clube atualmente?
Penso que este momento da nossa história, onde o Fluminense alcançou um grande destaque em função da conquista da Libertadores e da Recopa, é muito importante para a atração de novos sócios e torcedores. Falar sobre a nossa incrível história é vital para que estas pessoas possam ser gratas ao Ruf Ruf e ao mesmo tempo saberem que Edinho, Pinheiro, Ricardo Gomes e Carlos Alberto Torres estão no Panteão dos maiores zagueiros da nossa história. Da mesma forma, saber da importância e grandeza da Máquina Tricolor não impede sermos gratos aos jogadores e comissão técnica que nos trouxeram os troféus da Libertadores e da Recopa.
Felizmente o Dr. Francisco Horta é muito maior do que os aloprados incompetentes e invejosos da atual gestão do clube. Faço votos para que Dr. Horta ainda tenha muitos anos de vida e convivência com seus familiares e amigos, torço também para que ainda em vida receba as devidas homenagens do Fluminense.
A história do Fluminense não começou em 2019 ou 2022, não adianta forçar a barra.