Atrasado pelo trânsito caótico que o Rio de Paes e Conde e Crivella e Maia et al sabe fazer como poucas cidades do país.
Já havia um a zero no placar, ouvido dos arredores e com delay visto pelo telemóvel: o capitão abre o placar e chama o time ao triunfo.
Levando minha filha à tira colo, decidido de última hora. Cadastra em aplicativo, faz a biometria facial, loga, desloga, meu Deus, como ficou prático e burocrático ir ao Maracanã.
Ao adentrar as bancadas da Leste Superior, uma espécie de nova geral gourmet, um superlotação inicial, mas escalando ao topo, muitos espaços e recebido ao cântico de ‘sua torcida reunida é maior que a de um Fla-Flu, Bangu, Bangu, Bangu’. Era o Daniel, Fluniel da época de Orkut e das Aventuras, Flu!
E foram tantas, sobretudo, naquela escapada da Série B em 2009 e da campanha na Libertadores de 2008.
Mal nos aboletamos, saiu a jogada do dois a zero. Um contragolpe fulminante, com boa finalização de Arias, mas o V.A.R. viu mão boba no lance e marcou penal. O artilheiro do time na macambuzia temporada fez seu oitavo e ampliou a peleja em dois a zero para o Tricolor.
Ao Grêmio couberam mini-espasmos de tentativa, a primeira etapa foi toda do Fluminense, a equipe entrou ligada e vibrante, todo mundo ligado e competindo, que assim seja até o final, na Liberta e no Brasileirão.
Na volta para a segunda etapa, Renato Portaluppi desfez sua trinca de zagueiros e enxertou o meio de campo. Funcionou. Aproveitando momentos de desatenção da equipe mandante, os gremistas quase chegaram às redes, mas contou com bela defesa de Fábio e uma furada do dinamarquês na pequena área.
O Fluminense não conseguia mais ser superior e segurar a bola por muito tempo, mesmo com as entradas de Lima, Jota Ká e Felipe Melo, que havia meses sem jogar.
Em falta cometida por Guga na lateral da grande área, o Grêmio chegaria ao seu primeiro gol, não fosse o V.A.R. anular por impedimento na jogada.
O Grêmio forçou nova jogada no lado esquerdo destroçado do Fluminense e, enfim, marcou seu gol. Gustavo Nunes, após rebote de Fábio na pequena área, só empurrou para o fundo do barbante.
Com o revés sofrido, Mano tirou o improvisado Guga para a entrada de Esquerdinha que, supostamente, perdera a vaga por não ser maduro o suficiente para o tamanho da partida. Vai entender.
O jogo se arrastou até o seu fim bucólico, repetindo, de forma inversa, o placar do jogo de ida, igualando o agregado e levando à decisão da vaga por meio dos pênaltis.
As penalidades alternadas vieram e, com elas, a ansiedade, angústia, tensão e tantas lembranças trágicas, mas, quem sabe, a redenção.
Vivendo ano irregular, já em fase terminal de sua vitoriosa carreira, hoja a esperança residia na iluminação de Fábio que, há muito, não defendia um penal.
Fábio pegou, Arias bateu no cantinho e fechou o avanço tricolor, com direito a noite de magia no Maracanã. Agora é usar essa energia renovada para as batalhas do Brasileiro, vamos precisar.
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FLUMINENSE 2 x 1 GRÊMIO (Pênaltis 4 x 2)
Copa Libertadores – Oitavas-de-final (volta)
Terça-feira, 20/08/2024 – 19:00 (Brasília)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Renda: R$ 1.809.068,50
Público: 46.757 pessoas presentes
Arbitragem: Andres Matonte (URU). Assistentes: Nicolas Tara (URU) e Pablo Llarena (URU). Quarto Árbitro: Jose Burgos (URU). VAR: Cristhian Ferreyra (URU)
Cartões Amarelos: Kauã Elias 31′, Samuel Xavier 33′, Guga 69′, Ganso 73′, John Kennedy 85′ (FLUMINENSE); Dodi 27′, Yeferson Soteldo 30′, Jemerson 84′ (GRÊMIO)
Cartões Vermelhos:
Gols: Thiago Silva 14′, Jhon Arias 28′ (FLUMINENSE); Gustavo Nunes 76′
Pênaltis: Ganso❌, Thiago Silva✅, John Kennedy✅, Jhon Arias✅ (FLUMINENSE); Reinaldo✅, Nathan❌, Miguel Monsalve✅, Franco Cristaldo❌ (GRÊMIO)
FLUMINENSE: 1-Fábio; 2-Samuel Xavier, 3-Thiago Silva©, 29-Thiago Santos (30-Felipe Melo 63′) e 25-Guga (53-Esquerdinha 79′); 7-André, 8-Martinelli (16-Nonato 79′) e 10-Ganso; 90-Kevin Serna (45-Lima 57′), 21-Jhon Arias e 19-Kauã Elias (9-John Kennedy 63′). Téc.: Mano Menezes. 4-3-3
GRÊMIO: 1-Agustín Marchesín; 53-Gustavo Martins, 28-Jemerson e 4-Walter Kannemann (10-Franco Cristaldo 46′); 18-João Pedro, 20-Mathias Villasanti, 17-Dodi (11-Miguel Monsalve 68′) e 6-Reinaldo; 21-Cristian Pavón (39-Gustavo Nunes 46′), 7-Yeferson Soteldo (14-Nathan 90’+2′) e 22-Martin Braithwaite (9-Mathias Arezo 83′). Téc. Renato Portaluppi. 3-4-3