Saunas e sabedoria: o novo milagre no futebol (por T. T. Paixão)

No mundo do futebol, onde as decisões milionárias são tomadas a cada chute e passe, um novo fenômeno vem subindo a temperatura dos corpos dos nossos queridos dirigentes e jogadores: a sauna.

Sim, caro leitor, o quente e suarento mundo das saunas agora é palco das mais engenhosas negociatas e jabaculês administrativos.

Primeiramente, vamos falar sobre os magnânimos dirigentes. Após uma sequência desastrosa de derrotas, o presidente de certo club, conhecido carinhosamente como Princenete, resolveu que a melhor maneira de esfriar (ou aquecer) os ânimos seria levar todos para a sauna.

E não é que funcionou? A sauna, com seu calor terapêutico, transformou-se no novo conselho deliberativo do clube. Com os termômetros beirando temperaturas altíssimas, nossas mentes brilhantes passaram a acreditar que o suor purificador também limpa as ideias.

“Foi na sauna que tive a epifania de contratar um treinador cascudo”, confessou um ex-ídolo, agora dirigente, com o rosto ainda ruborizado, talvez pelo calor ou pela genialidade da decisão.

As reuniões se tornaram um exercício de resistência, onde apenas as ideias mais suadas sobrevivem. Afinal, nada como o bom e velho suor para separar o joio do trigo.

E não são só os gravatinhas que se beneficiam desse ambiente vaporoso. No campo, ou melhor, na sauna do club, os jogadores descobriram um novo segredo para melhorar o desempenho.

O atacante presidente, por exemplo, jurava de pés juntos que seus dois gols no treino do dia anterior foram graças às duas horas de sauna que ele havia feito na noite anterior. “É o poder da transpiração! Basta de órgãos!” – exclamava ele, convicto.

Seu colega, o robusto zagueiro meio homem/meio lobo, inicialmente cético, também aderiu à moda. “Se o presidente diz que funciona, quem sou eu para discordar? Vou suar até secar!”, declarou, já se dirigindo à sauna.

O treinador, por sua vez, aproveitava o calor para introduzir novas táticas. “Com o calor e o suor, a mente fica mais clara. Vamos jogar com três volantes e um meia. Voltemos ao 4-4-2”, sugeria, entre um suspiro e outro, tentando não desmaiar.

A sauna, agora, é um dos principais locais de tomada de decisões do club.

Ali, entre fumaça e suor, surgem as mais delirantes ideias  para conquistar títulos.
E, se por um lado os jogadores e dirigentes saem mais relaxados e purificados, por outro, saem também com a certeza de que, no futebol, a sauna é o novo milagre – mesmo que o único troféu garantido seja o de campeões de sauna.

Portanto, caro leitor, se você está pensando em melhorar o desempenho do seu time, já sabe: esqueça as pranchetas, nvista em uma sauna. Afinal, no futebol, o que importa é suar a camisa, e os corpos também.

Já dizia minha avó, que era muda: cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.