Ganso + 2 (por Claudia Barros)

Nos times de futebol, há o capitão, os goleadores (as vezes), a defesa e a espinha dorsal.

No bom futebol, a espinha dorsal é a parte mais importante da engrenagem. Sem ela nada vai funcionar à contento.

O Fluminense, ou talvez o Diniz, ou quem sabe o Mário, pecam em momentos cruciais no ano, até aqui, por absoluta teimosa sobre o funcionamento dessa coluna vertebral.

Ganso, jogando bem, é de modo indiscutível a principal peça do elenco. Em torno dele circula todo o esquema. Na conexão com os volantes, na armação das jogadas, na visão tridimensional que tem do campo.

Com Ganso, quase tudo. Sem Ganso, quase nada. Mas há dois companheiros de Paulo Henrique que compõem a tríade do meio de campo e, por conseguinte, da inteligência tricolor. Junto a ele, clama-se por André e Martinelli.

Oh, céus! É pedir demais que André retorne logo?

Para uma torcida que teve Rivelino, Gerson, Romerito, Deco, é difícil acostumar-se com a mediocridade.

Da mesma forma que é inaceitável que algumas figuras, às quais não darei nome, tenham ocupado esse espaço.

E nunca se tratou de dinheiro, de patrocínio ou mesmo da série onde estava o Fluminense. Isso tem a ver com escolhas, negócios e arranjos. Nem sempre claros aos atentos olhos de parte da torcida.

Na partida contra o Vasco da Gama, pela terceira rodada do Brasileirão 2024, sobretudo no primeiro tempo, Ganso foi magistral. Comandou o time, tocou bola, correu, marcou e, de brinde, ainda fez o primeiro gol do Fluminense.

Aliás, gol de cabeça o que não lhe é muito usual.

Jogadores como Ganso dão a sensação de que jogar futebol, desorientar a marcação adversária, driblar e fazer gols, são atividades fáceis. É o famoso: “fazem parecer fácil.”

Não obstante, em que pese a excelente atuação contra o Vasco da Gama, o Fluminense e seus jogadores esmaeceram diante do Cerro Porteño, no Paraguai, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores 2024.

Na ocasião, nem Ganso se salvou e ninguém saiu ileso das críticas. Talvez Fábio, no gol.

Isso demonstra uma instabilidade desanimadora nas atuações do elenco e liga um super alerta de que a) ou o repertório de Diniz acabou; b) ou a equipe é limitada; c) ou os jogadores estão se desconectando do corpo gestor; d) ou todas as opções anteriores.

Contudo, sobre Ganso, embora esse não pareça um momento em que o jogador se mostre absoluto e entregue, ainda assim é dissimilitude.

Se o comando tricolor não fizer muita bobagem, pode vir aí mais um ano de glória na carreira desse craque.

Ano de glória de Ganso é sinônimo de glória tricolor?

Veremos!

Veremos o que será apresentado no confronto com o Corinthians.