Amigos, amigas, tivemos dois jogos recentes do Fluminense que merecem registro. Na quinta-feira passada, no Maracanã, vencemos o Olimpia de forma incontestável. No último domingo, na Arena da Baixada, com um time tido como reserva, fomos dormir de cabeça quente após o empate com o Athletico.
Para quem se ausentou do mundo nos últimos oito ou nove dias, alguma coisa deve estar parecendo muito estranha nesse primeiro parágrafo. O Fluminense, com um time reserva, arrancou um empate do Furacão na Arena da Baixada e vocês, tricolores, foram dormir de cabeça quente?
Pois é, são coisas de Fluminense, mas vamos tentar respeitar a ordem cronológica, porque o que aconteceu na última quinta-feira não deixou de ser surpreendente. Uma manobra tática de Fernando Diniz colocou o Olimpia nas cordas, sendo obrigado a se defender, mas sofrendo vários golpes durante os 90 minutos.
Diniz trocou Lima, inexplicavelmente titular ao longo de um punhado das últimas semanas, por JK. Abriu Arias e Keno nas pontas, ampliou nosso campo de ação e, com dois atacantes de área, empurrou a defesa do Olimpia para trás. Vitória de 2 a 0, que foi surpreendente em dois aspectos. O primeiro deles foi a escalação, em si. O segundo, foi o domínio completo, total e absoluto.
Diante do Athletico, no último domingo, tivemos a ausência dos onze titulares do jogo da Libertadores, o que não quer, no meu entendimento, dizer que são os onze titulares. Talvez esteja aí a confusão para o desavisado que esteve fora do mundo nos últimos oito ou nove dias.
O time do Fluminense que iniciou o jogo contra o Athletico tinha lá suas idiossincrasias, mas não vamos focar nesse aspecto do jogo. Com o placar de 1 a 0 já a seu favor, embora o Fluminense já fosse melhor, o Furacão teve um jogador expulso, por uma dessas bobagens que jogador de futebol faz. Foi quando Diniz colocou Alexsander no jogo no lugar de Thiago Santos, desentortando o time.
Dali para a frente, tínhamos um time com Pedro Rangel, Guga, David Braz, Marlon e Alexsander; Martinelli, Daniel, Lima e Leo Fernández; Yony González e Lelê. E dali para frente só deu Fluminense mesmo. Entraram, ao longo da partida, João Neto e Isaac. Outras substituições foram feitas, mas nenhuma tão importante.
Talvez, com um pouco de conhecimento do elenco do Fluminense, não seja tão absurdo imaginar que o Athletico, com um a menos, diante da intensidade e qualidade técnica do adversário, acabou sendo obrigado a recuar e se defender. E foi precisamente isso que aconteceu.
Então, vamos avançar um pouquinho. Marlon, Martinelli e Leo Fernández são titulares do Fluminense. Se não for entre os onze, tem que ser entre os quinze ou dezesseis. Nem vou falar de Alexsander, que já deve estar sendo um maribondo atrás da orelha de Diniz.
Amigas, amigos, isso é muito bom. É a dor de cabeça que todos queremos ter, mas tem algo de estranho no ar quando a nossa melhor atuação dos últimos meses ocorre na Arena da Baixada, amassando o time do Athletico em seus temidos domínios. E é o que o amigo que esteve ausente do mundo nos últimos oito ou nove dias deve estar pensando.
O Fluminense competitivo da Libertadores precisa ser avassalador e, para tal, precisa receber os devidos ajustes. E não falo isso só por causa do jogo contra o Olimpia, mas porque, caso passemos pelos paraguaios, teremos no Inter, de Coudet, uma parada para lá de indigesta.
O Fluminense, ao longo da gestão Diniz, já tem feito adversários temíveis parecerem times de Série B enfrentando um de Série A. Isso já aconteceu em algumas circunstâncias esse ano. Só que o Fluminense que fez isso nos últimos dias foi o time dito 100% reserva. Qualquer semelhança com um determinado período de 2022 é mera pulga atrás da orelha.
Aliás, falando em time avassalador, eu me lembro do primeiro tempo do Fluminense contra o próprio Inter no Campeonato Brasileiro. Sim, o Fluminense foi avassalador, mas o Inter que encontraremos nas semifinais da Libertadores é outro. É o Inter que acabo de ver eliminar o Bolivar. É o Inter que, com time misto, embora não tenha sido avassalador, foi superior à Dissidência no Maracanã no último sábado.
Perceberam o drama? Precisamos encontrar um time titular que seja avassalador para chegarmos ao título da Libertadores, um time que já vimos jogar, mas que talvez não volte implacável com a mesma escalação de outrora. Podemos ganhar a Libertadores sendo apenas competitivos? Sim, podemos, mas será mais difícil.
Para encerrar, o que estou querendo dizer é que estamos caminhando, que caminhando até dá para chegar, mas por que ir caminhando se podemos voar?
Com a palavra, Fernando Diniz.
Saudações Tricolores e até mais tarde, para quem tem saúde de ferro e nervos de aço!