Semana passada quebrei minha rotina e assisti a alguns jogos europeus. Assisti Betis e um outro time lá que nem importa quem seja, é triste ter que dizer que senti uma baita dor ao ver Luiz Henrique jogar.
Não sei se foi minha condição de tricolor ainda inconformado com a venda (?) dele, principalmente pelo valor que foi anunciado. Jogou muito o (ex) moleque de Xerém, tudo iniciava nele, e o desempenho bem mais desenvolvido do que ele tinha quando ainda por aqui, e é normal que assim seja, pois já se passou mais ou menos um ano que ele está lá, e com o crescente que LH estava tendo em campo estaria quem sabe até melhor se aqui ainda estivesse, pois a liberdade de jogar seria bem maior com Diniz do que ele tem na Espanha, com mais funções táticas do que aqui, e parte de seu potencial técnico é desperdiçado.
Doeu sim, caros tricolores, doeu tanto que não voltarei a fazer esse exercício, só me fez mal, e aumentou minha revolta de terem transformado nosso Clube em um reles fornecedor de “mão (ou será pé?) de obra”.
Depois procurei assistir outros jogos onde brasileiros estivessem nos times envolvidos e, ao ver o desempenho de muitos deles, tive o desprazer de checar o valor pelo qual foram negociados e, sinceramente, não vi nenhum que valesse tanto mais que o Luiz Henrique. A diferença de valores é abissal, sem nenhum paralelo no valor do futebol apresentado. E como se chama isso?
O pior é que nem consigo pensar numa palavra que consiga exprimir tudo que me passou pela cabeça, e posso jurar aos amigos que não façam isso, pois a enxurrada de indignação, revolta, raiva, impotência e um grande mix de coisas ruins se apossaram de minha cabeça.
Como é possível que isso tenha acontecido e ninguém ter sido preso? Ou punido de algum modo? Onde está a lucidez, sapiência, coerência, sagacidade ou quaisquer outros atributos que sejam necessários para um negócio ser bem realizado? Ser proveitoso ou mesmo satisfatório?
E essa desastrosa aventura já fez acender uma luz na minha cabeça, e me deixou mais encafifado ainda: como será que vão acontecer os inevitáveis descartes de André, Martinelli, Alexsander e outros mais que, mais hora, menos hora, irão se reunir aos que já foram, e nos deixaram apenas a sensação de perda, e prejuízo em nossos cofres? Será que tudo tem mesmo que ser assim? Será que não há outro caminho, outra saída?
Onde anda a criatividade, a inventividade, a capacidade gerencial de quem dirige o Clube a ponto de deixar as finanças do nosso Fluminense dependentes totalmente da desova de nossos garotos da base?
Que raios de gerenciamento é esse que paga fortunas a medalhões totalmente dispensáveis, praticamente inúteis e não ficar com outra opção a não ser negociar pessimamente nossos garotos?
E uma pergunta aparece neste momento: o que será feito quando uma geração não gestar nenhum garoto vendável? Como reagirão os ineptos acostumados a ter todo ano “carne nova” para vender? Rasgarão suas vestes e arrancarão os cabelos? Correrão desesperados pelas ruas próximas ao laranjal? Rezem, incompetentes! Rezem muito e rezem bem, pois isso pode muito bem acontecer.
Tricolores, desculpem o desabafo desse velho tricolor, que ainda tem na memória o tempo em que fomos grandes, e como fomos! Só uma coisa alivia essa dor: são as memórias que ainda carrego. Sinto até pena dos tricolores que só viram o Tricolor anão que existe hoje. Eu vi o gigante Verde, Branco e Grená!
Caro amigo Stone, custa-me crer que sejam negócios ruins, me parecem negociatas bem sucedidas, em que todos levam o ‘seu’ por fora e só o clube e torcida( que esperneia em vão) perdem. ST….