Leitores dessa humilde coluna, peço encarecidamente que prestem bastante atenção nessas palavras e procuremos nos despir de qualquer vício de pensamento em relação
ao nosso Fluminense.
A visão que tenho hoje é que precisamos literalmente quebrar os paradigmas do que vem sendo feito nos últimos 12 anos, isso independentemente do que foi feito de 2010 a 2012, onde conquistamos títulos.
Desde então o Fluminense corre em um círculo vicioso onde acumula cada vez mais passivos e gere muito mal os seus ativos, sempre a ponto de estar com a “corda no pescoço” em relação às finanças.
O Fluminense como instituição precisa quebrar os paradigmas, como disse anteriormente, mas o que é isso? Como deve ser feito?
Não estou sendo pretensioso e não quero aqui impor a minha visão ou opinião, mas quero elencar fatos que nos coloquem a pensar o clube. Precisamos discutir o Fluminense de maneira profunda.
Precisamos mergulhar de fato nas nossas inúmeras deficiências, identificar os erros primários, combatê-los e logo após isso estancá-los, para aí sim trilhar o nosso caminho vitorioso novamente.
Por que digo isso?
É que o Fluminense nos últimos dez anos dasaprendeu a vencer. Não temos um planejamento conciso, sério, que nos coloque na vanguarda ou simplesmente nos coloque entre os melhores.
A solução de nossos problemas se encontra em Xerém. Falamos anteriormente de ativos, certo? Correto. Pois bem: esses ativos estão sendo bem geridos?
Na minha visão, não. E aí que está o grande paradigma, o grande problema.
As gestões passadas e a atual na verdade pegam nossos passivos, fazendo uma verdadeira engenharia ultrapassada de se desfazer desses ativos para cobrir os passivos presentes.
Ou seja, se enxuga gelo sempre.
Sinceramente, o que vocês preferem? Felipe Melo ou André? Wellington ou Martinelli? Hudson ou Calegari? Luiz Henrique ou Willian Bigode?
Aí sempre vêm aquelas indagações: – Mas não temos dinheiro! Como não? Segundo empresas de consultoria como a Pluri Associados, o Fluminense está entre os seis maiores do Brasil em receita. Concordo que está abaixo do Galo, Palmeiras e do nosso rival da Lagoa, porém nossa arrecadação é muito mal investida.
Se analisarmos, temos diversos jogadores no elenco que foram contratados sem a menor necessidade, ao menos para os objetivos do Fluminense.
Avaliemos uma estimativa de custos.
Felipe Melo – 600 mil por mês; Bigode – 500 mil por mês; Matheus Ferraz – 300 mil por mês; Wellington – 300 mil por mês (isso mesmo!); Caio Paulista – 350 mil por mês; Cris Silva – 300 mil por mês e Fábio – 400 mil por mês.
Se você somar os salários desses jogadores, chegamos à fábula de R$ 2.75 milhões de reais mensais.
Vamos exercitar o raciocínio e pensar o quanto de retorno técnico essas “beldades” deram para o clube até o momento?
Quase nada.
Enquanto se tivéssemos investido na base como Calegari – 90 mil por mês; Wallace – 30 mil por mês; Marcos Pedro – 23 mil por mês; Marcos Felipe – 160 mil por mês; Alexander – 30 mil por mês; Samuel Granada – 50 mil por mês; John Kennedy – 70 mil por mês e
Luan Freitas – 30 mil por mês, dariam mensalmente a estimativa de R$ 493 mil.
Posso te garantir de olhos fechados que, esses jogadores no elenco sendo aproveitados regularmente seriam muito mais úteis, teriam valorização no mercado e ainda custariam muito pouco.
Com uma economia de quase R$ 2 milhões de reais ao mês, o clube poderia trazer uns três ou quatro jogadores pontuais, para poder reforçar o elenco e este ser competitivo.
Um exemplo prático: Soteldo, que retornou ao Santos agora, ganha em torno de R$ 500 mil reais mensais.
Portanto, precisamos pensar nisso tudo.
A gestão atual vende um clube coitadinho que não existe. Ele é mal gerido, isso sim. Claro que eles não vão nunca falar isso, óbvio.
Assumo que não é fácil gerir um clube com o tamanho do Fluminense, mas ao mesmo tempo precisamos de alguém com mais envergadura e com mais transparência no comando do Flu.
Nada aqui contra a pessoa do atual mandatário. Apenas o trabalho atual não convence.
O Fluminense nos últimos dez anos se apequenou. Não podemos ficar satisfeitos nesse tempo em termos conquistado um estadual e uma natimorta Primeira Liga.
Comemorar participação em Torneio Continentais sem ao menos brigar para vencer, é um atestado de pequenez.
Precisamos, volto a frisar, RETORNAR AO CAMINHO VENCEDOR.
Precisamos nos libertar das vaidades pois, se isso não acontecer, ficaremos para trás, como aliás já estamos ficando.
Fontes: Site Ogol e TNT SPORTS.