#ÉpeloFlu ou #ÉpeloFluDeles? (por Paulo-Roberto Andel)

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Começando pelo Fla x Flu. É um jogo sempre importante e, para manter as minúsculas chances de título brasileiro, o Fluminense precisa vencer de qualquer maneira.

Enfrentará o rival vivendo seu melhor momento na temporada.

As chances do Fluminense são proporcionais à sua escalação. Pelo menos a volta de André é um alento. Por outro lado, a manutenção de desastres como Fábio e Caio Paulista, ou a possível entrada de um estorvo como Felipe Melo, dão o tom de preocupação aos tricolores, pelo menos os que não se satisfazem com figuração nos campeonatos de porte.

É a última chance do Fluminense não completar dez anos sem conquistas significativas, descontando-se os louros do amado Carioquinha, hoje muito mais marcado pelo aspecto sentimental do que propriamente técnico. A gente comemora com razão, vibra mas sabe que já não é a mesma coisa.

De toda forma, ganhar Fla x Flu é normal. O que não é nada normal é se contentar com figuração.

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O universo da política tricolor há muito ultrapassa os muros das Laranjeiras.

Está diretamente presente nas arquibancadas, nos veículos de comunicação tradicionais e em várias mídias tricolores.

O torcedor menos ingênuo já percebeu quem cobre o Fluminense e quem faz panfletarismo, profissional ou “voluntário”.

Da mesma maneira, muitos se perguntam sobre o que tem acontecido nos últimos anos, especialmente a partir de 2012.

Em quase todos os jogos decisivos, o time parece amarelar ou parar em campo depois de grandes exibições.

A casa ano que passa, as dívidas aumentam e são ocultadas por ressalvas extraterrestres nos balanços. Cláusulas de confidencialidade pipocam para todo lado.

Jovens jogadores surgem mas não se firmam e ficam sumidos por meses. Em compensação, ex-jogadores sempre são cobiçados e contratados por pelo menos duas temporadas, com cláusulas de produtividade que… sempre são alcançadas, provocando reajustes salariais, renovações automáticas ou ambos.

Nas redes sociais oficiais, perebas são lançados como ídolos e parte da torcida se satisfaz com quinto ou sétimo lugar no Brasileirão. “Fizemos o que deu”.

Enquanto isso, o clube é um compadrio para trocentos salários de cinco dígitos, com baixa produtividade e muita pose.

Tudo isso é somente coincidência?

Não. Definitivamente não.

Existe toda uma estrutura que beneficia uma minoria em detrimento da performance tricolor nos gramados.

O pior é aturar mentiras deslavadas como “todos os clubes trabalham com empresários” para justificar verdadeiras sandices contratuais. Não existe nenhum clube nas Américas que troque tantos jovens por veteranos como o Fluminense, sem qualquer justificativa técnica.

Há muita coisa por trás dessa verdadeira indústria que parece ter sido montada com o objetivo de não dar certo.

Como assim?

Xerém não precisa ser fábrica permanente de craques, mas pode muito bem oferecer peças razoáveis e evitar que gastemos fortunas de maneira absurda. São muitos exemplos, mas temos um prático deste ano, vindo desde a temporada anterior. Confira.

O Fluminense tinha Yago Felipe, André, Calegari, Martinelli e Wallace.

Resolveu trazer Wellington, reserva no Athletico. A seguir, trouxe o inacreditável Felipe Melo a peso de ouro.

Os dois “reforços”, caros, precisavam jogar. Wellington, inclusive, “bateu a meta” e teve o contrato renovado… Felipe Melo, com sua bipolaridade e agressividade, encantou a terra plana tricolor, que passou a saudá-lo com latidos.

A desastrosa atuação de ambos diante do Corinthians custou não apenas a eliminação, mas um prejuízo de 30 milhões de reais com a não ida à final.

Felipe Melo, ao lado de Fábio, também foi protagonista no desastre da pré-Libertadores, diante do fraquíssimo Olimpia. Rodamos. Perdemos o quê? Uns 20 milhões?

Com 50 milhões no caixa, não precisaríamos perder Luiz Henrique.

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É a última vez que pretendo escrever isso, porque o assunto é desgastante demais.

Fábio foi um dos melhores goleiros brasileiros do século XXI. Só que já deveria ter encerrado a carreira. Ela chegou ao fim, como chega para todos os jogadores.

Lento, sem reflexos, quase sempre mal colocado e pulando atrasado, tem feito uma temporada trágica neste 2022. Talvez tenha continuado por causa dos brios feridos na saída do Cruzeiro, mal conduzida pelo clube. Vinha de temporadas na Série B, com menor exigência.

Basta dar um tapa na bola e é comparado a Castilho. Qualquer defesa comum é tratada como épica.

Qualquer levantamento sério de suas falhas neste ano já seria suficiente para sua saída do time. Atlético Mineiro, Goianiense, Cruzeiro, Corinthians… Está jogando com o nome do “time” Francis Melo, leia-se Fred.

E chega dessa patifaria em dizer que Fábio é criticado somente pelos “fãs de Marcos Felipe”, o melhor goleiro do Brasileiro 2021 – com inúmeras passagens por todas as Seleções de base -, barrado por decreto e acusado de não pegar pênaltis. Na única decisão por penais que disputou pelo Fluminense, Fábio não saiu sequer nas fotos das cobranças. Basta levantar suas falhas.

Ele deve ser uma boa pessoa. Todos os elogiam. Teve uma carreira fantástica. O problema é que acabou. Acaba, como foi para Fred, Deco, Rivellino e outros. Nada, absolutamente nada contra a pessoa de Fábio, exceto para ser o goleiro titular do Fluminense. E não adianta uma atuação de exceção neste Fla x Flu para salvar um 2022 trágico, que muito prejudicou o clube.

O rival acabou de contratar um goleiraço de 28 anos. Chama-se Santos. Enquanto isso, planejamos o futuro com um de 42. Que planejamento…

Enquanto isso, pagamos a conta.

Afinal, #ÉpeloFlu ou #ÉpeloFluDeles?