Tricolores de sangue grená, os mais emocionados dizem por aí que Mário Bittencourt é o maior presidente da história do Fluminense, mesmo sem ter ganho título nenhum além da Taça Guanabara desse ano (Peter, certamente um dos piores presidentes, ganhou bem mais), sem ter aumentado nosso patrimônio (o CT já estava de pé, o que ele fez foi continuar o processo de terminá-lo e mudar o nome), sem ter conseguido ótimas vendas de jogadores que nos valorizassem como instituição futebolística (é só pensar em Marcos Paulo, Evanílson e, a se confirmar o absurdo dos absurdos, Luiz Henrique) e sem ter dado uma explicação convincente sequer sobre tópicos sensíveis ao torcedor em suas intermináveis entrevistas coletivas, que em verdade são apenas “monólogos da vagina”.
Viciado em aparecer mais que os jogadores (chegando ao cúmulo de ir ao vestiário jogo sim, outro também) e que a torcida (que não pôde invadir o campo para desfilar uma bandeira no momento de um título, mas ele pôde), Mário Bittencourt é tão avesso às tradições do futebol que nem volta olímpica tivemos no Raulino de Oliveira. Não tem postura de presidente, o que poderia ser rebatido pelo argumento de que ele é um “torcedor de arquibancada”, como nós, então não consegue ser formal. Mas nenhum torcedor de arquibancada compraria o Caio Paulista por 8 milhões de reais (por 50% dele), o Cris Moldávia por 9 milhões de reais e aceitaria vender o Luiz Henrique (em que pese ainda não estar sacramentado o negócio) por 13 milhões de euros. E isso só pra ficar nos mais recentes.
Aquele que está à frente da presidência do Fluminense é um engodo, um farsante, um mentiroso. E não tenho medo de ser processado porque é fácil provar isso, basta analisar o estelionato eleitoral cometido em seu folheto de campanha. Basta perceber que o vice-presidente geral eleito não está em conjunto com a gestão que ajudou a eleger, e que não existe vice-presidência de futebol, porque ele precisa dominar esse segmento, já que só assim conseguirá tratar diretamente principalmente com Eduardo Uram, Bloom Soccer (alô, Biro Biro!) e Elenko Sports. Além disso, Márcio Bittencourt, irmão do presidente, também tem envolvimento nesse meio. Podem analisar todo o elenco do Fluminense e verão uma predominância desses nomes que descarta quaisquer coincidências. É, basicamente, a raposa tomando conta do galinheiro.
E é preciso, num momento como esse, de treze jogos sem derrotas, com uma sequência de doze vitórias quebrada apenas na última partida, em que utilizamos o terceiro time, falar sobre o presidente do clube? É. Por duas razões. A primeira, porque é ano de eleição, e a segunda, porque a saída de Luiz Henrique pelos valores apresentados e para o time que irá nos rebaixa de novo ao patamar de mediocridade do qual estávamos conseguindo nos libertar. Não foi a minha coluna que acabou com o excelente momento, foram as ações do presidente do clube. Certamente a hashtag #70milhoesnao não veio para protestar contra o meu texto. Mesmo que essa venda, no final das contas, não se confirme por pressão da torcida, não podemos deixar essa tentativa cair no esquecimento no final do ano nas urnas.
No fim das contas, tricolores, nós vivemos de sonhos. Com o elenco atual, sabemos que é possível finalmente, depois de uma década, ter uma chance real de ganhar títulos. Não apenas um carioquinha pra impedir o monopólio da dissidência, mas algo grande, algo que a história nos negou, mas que merecemos há muito tempo. Esse ano é pra ganhar Libertadores e Copa do Brasil e disputar o Brasileiro nas cabeças. Isso é o mínimo que nós merecemos. Mas não é vendendo o craque do time por migalhas para sustentar perebas que chegaremos lá. O Grêmio, rebaixado, vendeu um lateral direito por 11 milhões de euros. Não dá pro Fluminense vender seu principal ativo por um valor próximo a isso. É um completo absurdo.
É triste dizer isso, mas talvez tenha sido melhor que o Fluminense tenha empatado com o Boavista. Essa gestão não merece, até o momento, entrar para a história do Fluminense. No máximo, uma nota de rodapé, pegando trechos da entrevista de Mário exaltando Fábio Egypto, seu ídolo. O presidente precisará mudar essa postura se quiser ficar marcado como alguém digno de ser lembrado pelas gerações futuras. Vencer a Libertadores certamente será meio caminho andado, mas não vai conseguir isso desmontando o time em março. Ainda dá tempo, Bittencourt. Evite que essa cagada se concretize e salve não apenas as suas chances em dezembro, mas os nossos sonhos. Há muito tempo não tínhamos uma chance tão concreta de sair do ocaso. Não nos tire essa oportunidade de sermos o gigante que sempre fomos.
Curtas:
– Queria muito escrever sobre a vitória épica de quarta-feira sobre o Olímpia, nossa primeira sobre o tricampeão da Libertadores, e a nossa ansiedade pelo confronto decisivo que, se tudo correr como deve, nos levará à fase de grupos da competição que mais queremos vencer, mas ficou difícil ignorar essa negociação absurda, que virou trend topic no Brasil inteiro.
– A multa de Luiz Henrique é de 40 milhões de euros. Sim, 40 milhões. Ao cogitar vendê-lo por 13 milhões de euros (considerando que ainda não foi batido o martelo), o Fluminense manda dois recados muito claros. O primeiro é que as multas rescisórias realmente são pra inglês ver e para enganar a torcida com uma falsa sensação de “segurança”, pois não mais perderemos os ativos “de graça”. Como se “por um valor ridículo” e “de graça” não estivessem próximos em conceito, né? E o segundo é que QUALQUER jogador do Fluminense valerá, no máximo, 13 milhões de euros. Se você vende o craque em ascensão, o principal jogador do time, por esse valor, não espere conseguir mais que isso de jeito nenhum por qualquer outro. E isso é absurdamente danoso.
– Palpites para as próximas partidas: Olímpia 0 x 1 Fluminense; 4º colocado 0 x 3 Fluminense
A torcida bem que poderia levantar 100 milhões em 24 horas e pagar as despesas que o Flu está precisando até julho. Aí então nós exigiríamos que fosse desfeito o negócio. Vamos galera !!! Começo com meus 10 real. Afinal só gritar não resolve…
Acho que já estava fazendo o negócio ano passado e não esperava que Luís Henrique deslanchasse, o que é um atenuante em sua defesa. Tentou vender o Nino para o futebol mexicano e o Gabriel para o russo. Vender os jogadores com potencial ou mercado para contratar novos medalhões. Não tivesse contratado Fred, Hudson, Egídio, Felipe Mello(faço uma ressalva porque acho importante pela personalidade), Wellington, renovado com Caio Paulista, contratado o lateral da Moldávia e não estaríamos pressionados para colocar as contas em dia.
Será que ainda dá tempo mesmo?
Será que por em cheque sua reeleição fará com que volte atrás?
Foi um banho de água gelada, isso. Vários amigos tricolores falando do desânimo que tomou conta da torcida.
Espero, como torcedor, que ele sinta dor na consciência e desfaça tudo antes do próximo jogo, pq até isso ele tá fazendo, dar aos torcedores um gosto de derrota em meio às vitórias e a partida mais importante do ano até aqui.
Mário só esqueceu de um pequeno detalhe, o maior patrimônio do FLUMINENSE é a sua TORCIDA, e fez pouco caso dela.
Pois é, Aloísio. Na véspera de um jogo importantíssimo, diretoria e imprensa conseguem criar o clima de derrota para a torcida.
Mesmo vencendo, e se classificando, ficará o sabor amargo na boca de todo mundo.