Fluminense 3 x 1 Olimpia-PAR (por Edgard FC)

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A décima segunda vitória seguida na temporada aconteceu nesta noite de quarta-feira no subúrbio da Central, bem no Engenho de Dentro, tradicional bairro que abrigou a oficina dos trens do Rio de Janeiro, da antiga Flumitrens e hoje detém, além do imponente Estádio Olímpico Nilton Santos (uma vez João Havelange) o combalido e maltratado Museu do Trem. Nele residem alguns trens presidenciais, que caíram em desuso desde o Golpe de 1964.

Nesse compasso, como uma composição que segue seus fluxos diários, assim vem sendo esse início Tricolor. Seja no Estadual, seja na repescagem da Libertadores, antes contra Millonarios, agora ante o Olimpia, equipe tradicional do continente, que já conquistou três vezes o que nós ainda sonhamos.

Mas às vezes é necessário alguns ajustes, mesmo com as rotinas ferroviárias extenuantes sob sol escaldante da outrora Capital Federal, até mesmos os mais honrados trens param vez ou outra trocar uma peça, lubrificar as engrenagens, ajustar parafusos ou mesmo melhorar a estrutura. E nem precisa descarrilar para isso, basta conduzir até os ferreiros e deixar outros carros em seu lugar.

Novamente em um primeiro tempo, a equipe titular de Abel Braga saiu de campo sem vencer, mesmo tendo feito um gol, oportunista, Cano entrou na água que era a defesa dos paraguaios após escanteio de Yago, a bola desviada com açúcar e com afeto por Luiz Henrique, que assinalou mais uma assistência na temporada. Fábio, o goleiro, fez algo digno de composição que avaria e precisa recolher, deu de bandeja o empate para os alvinegros guaranis, em uma pitoresca entregada que por pouco não superou a de Marcelo Alencar (então governador do RJ em 1998) aos espanhóis pelo controle da Flumitrens à atual Supervia.

Mas o Fluminense ajustado, reforçado e melhorado com a entrada de Martinelli no lugar do imexível Yago Felipe, capitão inclusive, atracou uma boa bola ao craque da partida Luiz Henrique, que driblou duas vezes a Iván Torres, o onze do Olímpia, uma fora da área e a outra dentro dela, o fazendo passar por debaixo da cordinha, envergado que só, conseguindo abrir o ângulo para marcar um golaço, aço, aço.

O terceiro, que aliviou o Flu de vez, veio dos pés de Jhon Arias, colocando a bola até Willian finalizar para a defesa de Gastón Olivera, que deu rebote, este não perdoado por Cano, que mais uma vez marcou para ser o artilheiro da noite. Mais tarde deu lugar a Ganso, que entrou apenas para jogar os acréscimos. Muito pouco.

A vitória foi linda como o sol que pega o trem azul com você na cabeça, pois é jogo de Libertadores, e jogos assim jamais serão favas contadas, mas é possível fazer mais. Muito mais.

Se Abel tem mesmo o grupo na mão, se ele é mesmo um maquinista perfeito da Locomotiva Tricolor, os jogadores saberão entender o momento de recolher para que outros entrem nos trilhos verdes e ajudem o Fluminense a ter mais controle dos caminhos e não precise ser levado à força para as oficinas. Arias e Martinelli, sobretudo, precisam jogar desde o início, Yago e Willian estão travando suas evoluções. Precisamos jogar bem os 90 minutos e não somente metade dos jogos. Viva a FLUMITRENS.