O Fla x Flu é uma junção de muitas e muitas histórias. Neste sábado não foi diferente e, por isso, o time irregular de atuações sofríveis soube se impor diante do preferido da imprensa, que tem méritos ainda que por vezes exagerados nas manchetes.
Sem mudar sua postura defensiva ao extremo, o Fluminense logrou êxito em sua primeira chance e marcou o gol, com o oportunismo do jovem John Kennedy. A seguir o Flu aguentou firme o primeiro tempo. Desta vez, a diferença estava no ímpeto do jovem ataque tricolor JK/LH, o que causava sustos no rival.
No segundo tempo, novamente JK foi mortífero com bela finalização no ângulo, dilatando o placar e desesperando o Flamengo, que não se acertou nem quando descontou para 2 a 1 com o vaiadíssimo Renê – antes, o Flu poderia ter matado o jogo com 3 a 0 numa bola que tocou no poste direito. A cereja do bolo ficou para o fim, numa bela despedida: Abel Hernandez, que fez gols e cobrou otimamente pênaltis até perder espaço de vez no Flu, deixou o zagueiro desconcertado e acertou o ângulo esquerdo – outra vez no jogo. Guardadas as proporções evidentes, a jogada lembrou vagamente ninguém menos do que Romário, fazendo um golaço contra o Grêmio em 2002 no Maracanã, partida que o Flu também venceu por 3 a 1.
A torcida estava preocupada com a ausência de Nino. Quem esperava que David Braz tomasse conta da área? Pois é, mas aconteceu e o zagueiro foi um dos destaques. O futebol é assim mesmo.
Noite de glória tricolor, quatro vitórias sobre o rival no ano. O domingo será pequeno. O maior problema é deixar o sonho deste lindo sábado, onde John Kennedy deixou marcas profundas. Será um craque? Quanto tempo o teremos com a nossa camisa? Jogamos do jeito que pode garantir uma vaga na Libertadores? Ok, mas e os títulos?
A história deste Fla x Flu foi escrita com sucesso, mas a idolatria só vem com tempo e estrada. De toda forma, aproveitemos a bela noite de soberania do Fluminense. Vamos atrás de novas histórias. Vida que segue.