Tricolores de sangue grená, não podem me chamar de oportunista por criticar a equipe após esta derrota (mais uma) para o Atlético de Goiás. Eu já estava cantando essa pedra há algum tempo. Mas, incrivelmente, cheguei a pensar que a vitória viria, posto que notei uma postura levemente diferente no primeiro tempo da partida, bem distinta da covardia que vimos contra o poderoso Fortaleza no Castelão. Mas, claro, também gerava maior vulnerabilidade e dava chances para os caras. Com Danilo Barcelos no lugar de Egídio e Kayky na vaga de Caio Paulista, o time tentou boas tramas e obrigou Fernando Miguel a trabalhar. Do outro lado, Marcos Felipe também segurava as pontas. O intervalo veio e Calegari, que já tinha reclamado de dores, é substituído. Quando vejo quem entra, noto que Samuel Xavier, recém-recuperado de lesão, volta para o segundo tempo. Era um risco. Wisney deveria estar no banco, como esteve na partida anterior.
Resultado? Perdemos também Samuel Xavier, que teve que sair, Yago foi para a lateral direita para jogar improvisado e André compôs o meio com Martinelli. O Atlético goiano concentrou suas jogadas pelas laterais e não demorou muito para abrirem o marcador, apesar de mais alguns milagres de Marcos Felipe. Fim de jogo e da invencibilidade. As substituições não surtiram efeito porque boa parte do time já estava bastante cansado, incluindo Danilo Barcelos, um dos piores laterais esquerdos que já passaram pelo Fluminense e o próprio Yago, que se desdobrou como pôde. Muitos jogadores estiveram abaixo da crítica, com os destaques para Fred e Nenê, além do Abel Hernández, que conseguiu errar praticamente tudo que tentou. Mas quem os escala é o treinador. O mesmo que, na coletiva, fala que perdemos por erros técnicos em demasia, como se o percentual de acerto de passe já não estivesse baixíssimo há várias partidas. Mais uma vez, Roger demonstra covardia e arrogância, jogando tudo para cima dos seus comandados. Eles que estão em má fase, Roger não teve culpa de nada. O discurso é tão parecido com o do mandatário que chega a impressionar.
Nessa sexta-feira, o gol de barriga de Renato completou 26 anos. Já havíamos amargado um jejum de quase dez anos quando o Maracanã explodiu em lágrimas naquela noite memorável. De 1985 para cá, ganhamos sete títulos. Quatro estaduais (1995, 2002, 2005, 2012), uma Copa do Brasil (2007) e dois Campeonatos Brasileiros (2010, 2012). Oito se contarmos a Primeira Liga (2016). Sete (oito) títulos em 36 anos. Se contarmos todos os anos em que lutamos para não cair no Campeonato Brasileiro (contando os anos que caímos), o número supera os títulos que ganhamos. O jejum atual completará nove temporadas esse ano se não levantarmos nenhum caneco (cinco se contarmos a Primeira Liga), o que para um clube do quilate do Fluminense é um completo absurdo. E porque trazer essa informação à baila? É simples, meus amigos. A exemplo do time de Odair, eu olho para o time de Roger e não consigo enxergar nele um time campeão, por mais que eu queira. Para acreditar em um título, terei que me apegar a superstições e a frases de efeito, à nossa gloriosa história, que já nos proporcionou inúmeras surpresas nesse sentido; à história do “timinho”. Enfim, a qualquer coisa que não seja uma análise crítica e racional do elenco, do esquema de jogo, das atuações e da competência do treinador. E isso é foda.
Pode dar? Pode. Estou louco de vontade que dê. Era improvável também em 95, mas não vai acontecer sempre. Em todos os outros campeonatos que vencemos após o maior Fla x Flu de todos os tempos, sempre tivemos o melhor time ou, pelo menos, um muito competitivo e que apresentava bom futebol. Precisamos entender que 1995 e 2009, ainda que maravihosos, foram exceções em nossa história, assim como talvez 2008 e 2012 tenham sido, mas para o outro lado: mesmo tendo o melhor time, não levamos aquelas Libertadores. Logo, é salutar que se planeje ter um time para ser campeão pela regra: elenco razoável, time titular forte, esquema de jogo seguro e eficiente, treinador de ponta que saiba o que está fazendo. Caso contrário, é torcer para que venha a exceção, para que consigamos ser felizes novamente e encerrar essa espera tão longa. Passar mais uma temporada sem uma conquista será desalentador. Acostumar-se com boas campanhas e conformar-se com posições abaixo da primeira colocação ao fim das competições é aceitar a perda da grandeza de seu clube.
Curtas:
– Agora o campeonato começa a ficar mais complicado. Vários “jogos de seis pontos” na sequência. Empatamos o primeiro (Fortaleza) e perdemos o segundo (Atlético-GO). Agora vêm Corinthians, Athletico-PR e o Fla x Flu. É bom que Roger coloque suas barbas de molho, pois se não conseguir pontuar direito nessas partidas sua batata começará a assar.
– Com a ridícula atuação de Danilo Barcelos e as constantes entregadas de Egídio, já se fala na possibilidade da utilização de Jefté, mas, conhecendo Roger, é possível que ele deixe pra apostar no garoto se (e quando) a vaca já estiver indo para o brejo. Afinal, se não der certo, a culpa é da torcida, que tanto pediu o garoto, não do técnico, que demorou tanto a dar chances a ele que agora arrisca queimá-lo.
– Enquanto aturamos Wellington trotando com a nossa camisa, John Everson é dispensado. É isso mesmo. O Fluminense mandou-o de graça para o Botafogo-SP. John Everson é pelo menos umas dez vezes mais jogador que Wellington. Pobre Fluminense.
– Aliás, tenho olhado para o sub-Angioni treinado pelo Aílton e chega a dar pena. Higor, Alexander, Wallace, Jefté, Matheus Martins, João Neto… tantos bons jogadores sub-aproveitados e escondidos da torcida, enquanto penamos com problemas em várias posições. Mas já cheguei à conclusão de que essa autossabotagem é projeto.
– Palpites para os próximos jogos: Fluminense 1 x 0 Corinthians; Fluminense 1 x 0 Athletico-PR.
Perfeito! Do jeito que desprezam bons jogadores…Tem algo que não se encaixa.
Obrigado por seu comentário, Andréa! ST!
Perfeito!