Fluminense 2 x 1 Santa Fé – Segue o líder! (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, esse Fluminense é muito louco. Essa Libertadores promete. Fizemos 2/3 terríveis de uma partida que o Santa Fé teve, pelo menos aparentemente, nas mãos.

O problema é que contra esse time do Fluminense não tem partida nas mãos, exceto você meta lá uns três ou quatro gols. O que faz o Fluminense ser o que é são os seus recursos. É um time enjoado, que, mesmo quando joga mal, é sempre uma ameaça.

Foi mais ou menos o que aconteceu hoje e o que marca nossa trajetória já desde o ano passado.

Foi o pior primeiro tempo de nosso time titular atuando. Não porque fosse uma noite infeliz. Não, esse é o nosso jogo colocado à prova. Roger, jogando no Maracanã, com a obrigação da vitória, mandou o Fluminense para a trocação com os colombianos.

Eu falo em trocação, mas parecia mesmo uma luta de boxe. O Fluminense adiantou Kayky e Luis Henrique e começou provocando erros em profusão na transição colombiana, mas nada tiramos de positivo desse primeiro curto momento do jogo.

Parecíamos aquele pugilista que sai para o ataque para tentar nocautear o adversário para não ter que enfrentar uma longa luta, mas começa a apanhar feio e, então, passa a usar o que tem de melhor, que é sua defesa.

Em 20 minutos de jogo, o Santa Fé já enfileirava oportunidades de gol e Marcos Felipe já aparecia como principal peça tricolor. Mesmo antes disso, o Fluminense já recuara e cedera a intermediária ao adversário, reconhecendo a incapacidade de com ele trocar golpes.

A consciência do time do Fluminense evitou um desastre na primeira etapa. Sem ameaçar o gol colombiano, conseguimos pelo menos levar o empate para o intervalo.

Roger fez a famosa troca de seis por meia dúzia, com a entrada de Gabriel Teixeira no lugar de Luis Henrique. O problema não estava ali, mas mesmo assim o Fluminense passou a ter mais atitude, mas não o suficiente para jogar melhor que um adversário com maior poderio no meio e no ataque.

Sem meio de campo fica difícil fazer qualquer coisa na vida, até mesmo ir à farmácia comprar medicamentos. Numa linda jogada, os caras abriram a contagem. Um belíssimo gol, que nem o formidável Marcos Felipe conseguiu evitar. Pudera!

Mas aí tem essa coisa chata que são os recursos do Fluminense. Mal saiu o gol do Santa Fé, Kayky voltou a desequilibrar e serviu Fred, que vive momento iluminado. Aí, amigos, amigas, é bola no saco. Ou seja, todo o esforço do Santa Fé até então foi água abaixo.
Então, Roger tira Kayky e coloca Caio Paulista, para desespero de 99% dos tricolores, que não aceitam essa substituição, até com razoáveis motivos. Mas Roger também tira Nenê e coloca Cazares.

Qual tem sido o diferencial de Cazares? Meter bolas longas em profundidade. E o de Caio Paulista? Até agora, nenhum, exceto sinalizar jogadas formidáveis e terminar em arremates bisonhos, mas dessa vez foi diferente. Cazares meteu bola espetacular para Caio, que arrancou em velocidade vertiginosa e, diante do goleiro, bateu com categoria para virar o jogo.

Aí, numa hora dessas, os caras lá do Santa Fé ficam se perguntando: o que diabos é isso?

A gente podia dizer que é o Fluminense. Mas essa resposta é dúbia. É a camisa ou é esse diabo de time que joga bem e vence, joga mal e também vence do mesmo jeito?

O Fluminense nem terminou o jogo atuando mal. Poderia ter feito o terceiro. Mas eu acho que o Fluminense que venceu hoje não é o da camisa, mas o dos recursos, um time que não pode ser subestimado e que não está na Libertadores por acaso, tampouco lidera um dos grupos mais encrencados da competição por sopro divino.

O Fluminense é um time pragmático, que chegou em quinto no Brasileiro, em que, se Roger der uma destravada, coisas muito loucas, como a virada de hoje, podem acontecer. Como o Caio Paulista entrar e definir o jogo.

Não é por acaso, mas também não é fácil de explicar, mas a gente também não precisa recorrer ao Gravatinha ou a João de Deus. Viver de lampejos individuais de Kayky e dos gols de Fred não é mais novidade. Kayky tem participação decisiva em 80% dos últimos gols do Fluminense na temporada e Fred fez quatro de seis gols na Libertadores.
Na outra ponta, eu já falei, temos um dos melhores goleiros do mundo na atualidade, que se chama Marcos Felipe, herdeiro legítimo da linhagem de Marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Veludo, Castilho, Félix e Paulo Vitor.

Tem muito mais coisas que explicam esse Fluminense, inclusive esse esquema de jogo que tanto nos joga para trás e irrita, mas, como diria Jack, vamos por partes, porque eu sei que estão todos muito felizes, como eu, pela vitória que nos coloca a um ponto da vaga nas oitavas de final da Libertadores.

Aliás, destaque sempre positivo para Nino, que é uma das razões para o Fluminense ser esse time encrenqueiro, mais que Lucas Claro, que também é um monstro nessa santíssima trindade: Marcos Felipe, Nino e Lucas Claro.

Não obstante, amigas, amigos, eu espero que o Fluminense se reinvente para o Fla-Flu de sábado, porque jogando o futebol de hoje nós seremos presa fácil para os Café com Leite, mesmo com todos os nossos recursos.

É tua hora Roger!

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Perfeito. Que no sábado o time resolva jogar ao invés de apostar no imponderável. Não porque o imponderável não nos seja leal, mas porque já tem dias que quero uma apresentação gala do nosso Flu. Quem sabe agora?

Comments are closed.