O prejuízo tricolor com os problemas na Colômbia (por Paulo-Roberto Andel)

Depois de mais uma situação confusa, o Fluminense volta a campo nesta quinta-feira pela Libertadores, diante do Junior Barranquilla. Não na Colômbia, mas no Equador, devido aos protestos e problemas naquele país.

A julgar pelos noticiários e seus teores, o Fluminense foi logrado por uma canelada da Conmebol. Em duas semanas consecutivas, o Flu teve que elaborar malabarismos logísticos para chegar ao campo de jogo. E gastar um milhão de reais a mais por conta de cada uma das operações. Dois milhões, portanto.

A boa fase tricolor é uma esperança para o jogo de logo mais. Contudo, além do enorme prejuízo financeiro provocado pela mudança dos locais de disputa das partidas, há também o evidente prejuízo físico pelo desgaste nas viagens de avião. Embora não seja estritamente decisiva, a partida de hoje em Guayaquil pode consolidar o caminho da classificação do Fluminense em caso de vitória e, por mais que muitos desprezem, o desgaste da operação pode atrapalhar os planos de classificação do Fluminense à final do Carioca 2021 – enfrenta a Portuguesa neste domingo, jogando por um empate.

Certa ingenuidade aponta como “moleza” as viagens de avião para os jogadores. Ledo engano. Minha experiência própria não me permite referendar o erro. Durante mais de uma década, meu trabalho exigia viagens mensais em percurso curto, geralmente para capitais do Sudeste ou Brasília, 95% delas em bate-e-volta (partida e retorno no mesmo dia). Mesmo com viagens menores, eu levava dois ou até três dias para me recuperar totalmente. Imagine os jogadores com horas e horas de viagem, depois encarando um jogo duro e voltando a viajar longamente após o jogo.

No campo, o Fluminense não tem o que fazer além de se desdobrar para conseguir as vitórias. Agora, nos bastidores essa “trapalhada” da Conmebol, entre aspas por mais de um motivo, não pode passar em branco, ainda mais com o enorme prejuízo financeiro. Quem cometeu o erro que o assuma.