A estratégia de Odair de poupar jogadores para a decisão contra o Figueirense, coincidência ou não, acabou dando certo.

Primeiro, pela vitória, incontestável. Depois, porque jogadores como Ganso e Yuri mostraram que podem ser muito úteis. Ganso, sobretudo, porque deu qualidade ao meio campo, acertando quase todos os passes. O Fluminense precisava disso e Ganso, muito contestado pela torcida, precisava da oportunidade para mostrar que ainda pode ser útil ao time.

Além disso, Calegari, pode, com sobras, diante do que “não” temos para a lateral direita, ocupar a posição. Embora ainda tímido na frente, o que pode ser tratado com a constância dos jogos, mostrou-se firme atrás.

Temos, portanto, uma espinha dorsal que, aparentemente, se consolida na titularidade da equipe: Luccas Claro, Dodi, Michel Araújo e Evanílson, cabendo a Odair modular seu time, extraindo do elenco as melhores opções para formar as demais posições, o que dará segurança a jogadores e torcedores.

Depois de ontem, com a entrada na disputa de Ganso, Odair talvez tenha sua maior dor de cabeça. Ele ou Nenê? Ambos juntos? Ou um em cada tempo? O mais importante, contudo, é que Ganso deu a esperança de que pode ser aquilo que dele se esperava desde sua contratação, e isso é muito bom para o Fluminense.

Está nas mãos de Odair formar o melhor Fluminense, um time que seja mais a cara do que foi contra Athletico e Inter do que contra o Bragantino, mesmo não tendo as opções ideais para todos os setores. Com inteligência e explorando o melhor de cada jogador, essas deficiências podem ser minimizadas se não vierem os reforços.

A torcida não quer ser novamente enganada. É preciso que Odair mostre serviço, dando ao Fluminense a cara de um time competitivo, no mínimo. Não temos o melhor elenco, mas estamos longe de ter o pior. Com o que há dá para fazer frente aos principais candidatos ao título, já vimos isso contra o Inter e o próprio Palmeiras e vai depender muito de como Odair se portará como comandante dessa equipe.

Se pensar como vencedor, provavelmente teremos um time que lutará por vitórias e não se conformará com as derrotas. E deverá ser assim contra o Figueirense, quando só a vitória por dois gols de diferença nos interessa, oportunidade em que Odair poderá experimentar uma postura mais ofensiva que, funcionando, servirá para nortear seu trabalho até ao fim da temporada.

Odair ainda não está numa posição confortável. Longe disso. A partida contra o Figueirense poderá consolidá-lo no cargo ou não. De toda a forma, vamos para cima dos catarinenses com moral, mas infelizmente sem a torcida, parceira essencial num momento decisivo como esse.

Panorama Tricolor

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