Provavelmente, a “posição” mais problemática da temporada. Exceto lampejos na Era Diniz, o Fluminense não apresentou futebol que tranquilizasse a torcida. Fatores extracampo também contribuíram para os fracassos nos torneios disputados.
FERNANDO DINIZ
De bestial a besta, experimentou os extremos com seu esquema dito moderno, dito de futebol ousado. Em determinado momento, foi endeusado pelo mundo do futebol. À medida que os fracassos se sucediam, apesar da insistência de alguns, a fantasia colidiu com a realidade.
Os resultados ruins deixavam à mostra que algo não batia com o discurso. Mas os números eram só detalhes? Claro que não. A posse de bola pela posse de bola não é um paradigma defendido nem pelo melhores técnicos que se utilizam do esquema. Primeiro, se não tiver uma forma de escapar da pressão adversária na saída de bola, trocar passes na cara do goleiro é suicídio. Segundo, ao ultrapassar a linha central, é preciso movimentação para impor velocidade e evitar a aproximação e compactação das linhas defensivas do adversário. Por fim, a bola deve ser atacava por mais de um jogador quando se perde a posse.
Esses são só alguns pontos que mostravam o fracasso do esquema. Salvo raríssimas exceções, nenhum desses aspectos foram percebidos de forma consistente. Discordo dos argumentos com relação à falta de qualidade técnica. É possível implantar uma filosofia de jogo em qualquer elenco. Claro que em maior ou menor escala, conforme o material humano, a carga e a qualidade de treinos.
Em suma, ao acompanhar todos os jogos de Diniz no Fluminense, concluo que as ideias são boas, mas ainda faltam muitos detalhes para dar um projeto completo e aplicável.
OSWALDO OLIVEIRA
Passados os primeiros jogos com o substituto de Fernando Diniz, todos chegaram à conclusão de que a decisão de contratá-lo foi equivocada. Era nítida a sua falta de compromisso para reverter a situação caótica do Fluminense. Seu discurso estéril e genérico, com palavras de efeito e não convenceram ninguém. O capítulo final, o embate com Ganso e com a torcida, foi lamentável.
MARCÃO
Pegou um rabo de foguete, mas foi corajoso. Ainda não está no nível de um time de Série A, mas soube utilizar sua relação com o grupo e evitar o pior depois do furacão que tomou conta das Laranjeiras com a saída de Diniz e a chegada de Oswaldo.
Havia uma corrente que defendia a contratação de um técnico de verdade para evitar o rebaixamento. No entanto, ante àquela conjuntura, tenho dúvidas: seria capaz? Parecia que o Fluminense estava sentado em cima de uma bomba prestes a explodir. Salários atrasados, qualidade ruim do elenco, má fase de alguns poucos que poderiam render, eram fatores que jogavam contra. Não sei se um cara que estivesse mais preocupado com os aspectos de campo resolveria. Era preciso administrar egos e rancores.
Particularmente, a minha única esperança era que algumas vitórias fossem conquistadas para a manutenção na Série A. Depois, passado o pesadelo, pensava-se numa solução para a frente. Foi o que aconteceu para alívio de todos.
ODAIR HELLMANN
Ainda não estreou, mas foi contratado ainda em 2019, portanto, merece comentários. Certamente, não é o nome dos sonhos da torcida. Inclusive, pegou muitos de surpresa. É novo, fez bom trabalho no Internacional, tem certa identificação com o clube.
No entanto, um trabalho de sucesso é resultado de vários fatores: salários em dia; alguns jogadores com perfil para as funções definidas pelo técnico; variações de jogo conforme situações de jogo, de torneios, de adversários; capacidade de convencer o elenco de que vai dar certo; treinamentos qualificados; demais departamentos funcionando com competência, entre outros. Enfim, não basta um grande técnico se esses e outros fatores não jogarem juntos.
Panorama Tricolor
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