Terminada a temporada, não há a menor razão para comemorações. No máximo, um enorme alívio. Desconte-se a bonita e digna vitória sobre o Corinthians ontem, com os dois belos gols de Evanílson, um destaque que não pode ser desperdiçado.
Depois de um início quase sonhador, o Fluminense repetiu em 2019 a sina dos últimos anos: escassez esportiva, queima de revelações, venda de mando de campo e luta contra o rebaixamento – esta, vencida com a grata colaboração de terceiros.
No fim, houve quem vibrasse com a classificação para a Sul-Americana. É preciso respeitar os anseios de cada um, mas é difícil entender a celebração quando o Fluminense não ficou sequer entre os dez primeiros colocados no Brasileirão.
Historicamente, paramos no tempo em 2012. Depois do tetracampeonato brasileiro entramos num limbo que parece não ter fim. O dinheiro acabou, a dívida explodiu, os craques sumiram, as revelações foram rifadas, a torcida foi dividida, a disputa política virou mar de ódio e verborragia falida a troco de vaidades e interesses pessoais, a verdade foi suprimida. Podres poderes desviaram o Fluminense para a deriva em alto mar e, consequentemente, a bancarrota.
Desde então, ano após ano, nada além de ilusões e remorsos.
Neste 2019, depois de anos de retórica colérica, veio a eleição da nova gestão alla Fluminense: a diretoria entrou seis meses antes do “novo” Conselho Deliberativo, que toma posse agora mas tem o frescor de um museu de grandes novidades.
Falido, sem aportes, com uma estrutura neandertal, um desenho opaco e nenhuma sagacidade, o Flu tem um discurso de ousadia para 2020 com as práticas de 2013. Sugere a possível reformulação do time liderada por veteranos rebaixados, tendo como coadjuvantes ilustres desconhecidos capitaneados por agentes. Enquanto isso, podemos perder Evanílson – que mal tem cinco jogos na equipe principal.
Há exatos seis anos, vivíamos o linchamento midiático decorrente da Flamenguesa. De lá para cá, nunca mais nos recuperamos. Nenhum outro time brasileiro lutou tanto para não cair quanto o Flu, nenhum. Uma trajetória que já é pior do que a dos nove anos sem títulos entre as décadas de 1980 e 1990.
Hoje é o primeiro dia de férias depois da temporada 2019, mas o sentimento natural de qualquer torcedor do Fluminense é de apreensão, para não dizer medo. Nossa imensa torcida só tem duas alternativas: torcer e participar. Nesta última, se associando em massa para um dia tirar o Fluminense das mãos de seu feudalismo nojento.
Queria dizer tudo diferente, mas esta parece ser a última página do livro mais triste que já escrevi sobre o meu time – e é mesmo. Mas ainda persigo o lirismo de um dos nossos maiores torcedores, Cartola: o sol nascerá.
Até 2013, amigxs. Precisamos retomar nosso caminho perdido. Precisamos de lucidez.
Enquanto isso, continuo procurando amparo nos versos de nosso mestre tricolor do samba: “Deixe-me ir/ preciso andar/ Vou por aí a procurar/ rir pra não chorar”.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
#credibilidade
Texto perfeito !!
Resumiu corretamente o que o nosso clube, está passando.
O FLUMINENSE É UM GIGANTE adormecido.
Belo texto mas em 2014 não fomos campeoes brasileiros pois a escalação do Fred foi forçada sobre Cristóvão após copa do mundo. O time vinha de 5 vitorias consecutivas. Trocamos o título pela artilharia do jogador.
Milton Cruz foi auxiliar fixo no SP por mais de 12 anos, sendo convidado pra treinar muitas equipes nesse período, tendo recusado os convites preferindo ficar como auxiliar. Após ser demitido tentou a carreira de treinador sem muito êxito. Marcão mostrou valor, mas auxiliar fixo está de bom tamanho pra ele, treinador ainda pesa e se ele teimar vai quebrar a cara…quem viver verá.
Milton Cruz foi auxiliar fixo no SP por mais de 12 anos, sendo convidado pra treinar muitas equipes nesse período, tendo recusado os convites preferindo ficar como auxiliar. Após ser demitido tentou a carreira de treinador sem muito êxito. Marcão mostrou valor, mas auxiliar fixo está de bom tamanho pra ele, treinador ainda pesa e se ele teimar vai quebrar a cara…