Não devemos condenar Rodolfo (por Paulo Rocha)

A notícia do doping do goleiro Rodolfo foi como um soco na boca do estômago para a torcida do Fluminense. Ele já tivera problemas com a cocaína que lhe acarretaram uma suspensão de dois anos em 2014 e voltou a testar positivo. Triste demais. Nós, verdadeiros tricolores, lamentamos e sentimos muito.
Somente já quem orbitou pelo sombrio universo da cocaína – seja como usuário, adicto em recuperação ou mesmo parente, amigo, de pessoas vitimadas pela droga – sabe o quanto ela é avassaladora. Domina de tal forma que sequer permite à vítima ter vontade própria. É como um vampirismo que, para se manifestar, sequer precisa esperar o sol se pôr.

Rodolfo precisa recomeçar a galgar os graus da sobriedade após essa recaída. Terá forças para reconstruir sua carreira depois de mais uma tragédia? Acredito que sim. Basta fazer as coisas certas, estar perto das pessoas certas e saber sofrer. Sim, ninguém para de usar sem sofrer. O sofrimento é um remédio necessário, o primeiro a ser tomado no caminho para a reabilitação.

Não devemos culpar Rodolfo. É uma doença. Temos obrigação sim de tentar entender os motivos que empurram grande parcela de nossa sociedade para as drogas. E tentar fazer um mundo melhor para nossos filhos, netos, sobrinhos, alunos, seja quem for.

Fica aqui meu sincero desejo de plena recuperação a Rodolfo. O centroavante Michael, que também teve o mesmo problema quando jogador do Fluminense, segundo notícias que chegam, parece estar reconstruindo a sua carreira no exterior. Recomeçar é possível. É preciso. A luta é diária, mas vale a pena. Viver vale muito a pena.

Panorama Tricolor

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