Em frente, Fluminense (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, confesso que me senti mal assistindo ao primeiro tempo da partida da última quarta-feira contra o Santa Cruz no setor Sul Superior do Maracanã. Sim, pela primeira vez em muito tempo, tive a impressão de estar “roubando” o Fluminense. Explico: paguei cerca de R$ 22 pelo meu ingresso e ainda consegui o mesmo valor para o meu camarada Matheus Prevot, gente finíssima e amigo de longa data, que me acompanhou a este compromisso. E este valor não condiz com o show apresentado pelo esquadrão tricolor na primeira etapa da partida. Se alguém sintonizasse sua TV por engano na partida, acreditaria tratar-se de algum time de ponta europeu, tamanha a qualidade da apresentação e a superioridade, em todos os aspectos, do onze verde, branco e grená sobre seu adversário. Foi um verdadeiro massacre, como há muito não se via. Desde a aplicação tática à troca de passes perfeita, culminando com um gol “acidental” e outro antológico, não houve como criticar a atuação do time.

No segundo tempo, acabamos perdendo Airton e, mais tarde, Yony e Ganso. Não havia como as alterações suprirem as perdas com a mesma eficiência, ainda que a vontade de Léo Duarte e a capacidade de Pedro pudessem desequilibrar em algum momento. Aliás, ainda tivemos, sim, um terceiro gol muito mal anulado, sem falar no pênalti não marcado. Poderíamos ter saído com 4 a 0 e a fatura liquidada, mas sabemos como a má vontade da arbitragem impera com o Fluminense. Somos, há bastante tempo, a Geni do futebol brasileiro. Sinceramente, não vi nada de mais no time do Santinha. Acho que será uma baita zebra até mesmo precisarmos decidir a vaga nos pênaltis lá. Futebol é imprevisível, mas será uma calamidade perdermos essa classificação. Basta jogarmos de maneira séria, repetindo o nível da atuação que tivemos no Maracanã e explorando os espaços que serão deixados pelo time pernambucano e, naturalmente, a vaga virá.

Depois dessa partida, já viramos a chave. Domingo já teremos a estreia pelo Brasileirão contra o Goiás no Maraca. O horário de 19h tradicionalmente é péssimo para chamar público, mas fala-se em uma grande festa da torcida para saudar o time na primeira partida da competição. Oxalá aconteça isso mesmo e faturemos os três primeiros pontos embalados pela união entre time e torcida. Aliás, é fundamental conseguirmos a vitória principalmente pela sequência que teremos, com duas partidas fora de casa contra Santos e Grêmio, seguidas pelo clássico contra o Botafogo e um compromisso difícil contra o Cruzeiro no Maracanã. Não vai ter moleza para os comandados de Diniz nessas cinco primeiras rodadas, e um bom início pode ser determinante para ampliar nossas pretensões. O time ainda não foi testado de fato contra grandes equipes. Jogamos basicamente contra Vasco (time fraco com sorte contra nós) e Flamengo (têm um dos melhores times do Brasil, e mesmo assim não tiveram moleza contra nós), o que não dá ainda para tirar um parâmetro.

O Brasileiro é longo, e ainda estamos vivos na Copa do Brasil e na Sula. Precisaremos de elenco. Ewandro e Léo Artur chegaram. Guilherme, meia que hoje está no Bahia, pode pintar. Ainda temos a novela Nenê, que parece ter dado uma esfriada, mas ainda não acabou. Porém, temos o caso Everaldo, além de uma possível saída de Calazans para o São Paulo. Vimos como a perda de três jogadores importantes do time titular fez o time sofrer uma queda abrupta no segundo tempo contra o Santa Cruz, que dirá perder peças por mais tempo. Quando perdemos Pedro, que voltou a atuar somente semana passada, tivemos uma carência muito grande de um finalizador, e ficamos muitos e muitos jogos sem marcar um gol sequer no Brasileirão de 2018, o que quase nos rendeu o rebaixamento. Esse filme não pode se repetir mais uma vez. Reforçar o time é essencial para não corrermos mais riscos e alçarmos voos maiores. Manter salários em dia é obrigação nossa. O show tem que continuar.

Curtas:

– Show de bola a parceria entre o Panorama Tricolor e o site O Tricolor. Quem ganha é a torcida tricolor, com certeza.

– Everaldo parece que vai mesmo para o Corinthians. Não que seja um jogador excepcional, mas está encaixado e entrosado, além de estar sendo importante, com excelentes números. Ainda que se possa deslocar o Yony para a esquerda e suprir sua ausência, centralizando o Pedro e abrindo o Luciano na direita, pode demorar um pouco para que adquiram o mesmo entrosamento. Já o barbudo deve ser reserva no Corinthians. Uma pena não comprarmos parte dos direitos dele, pois pode render uma boa grana numa futura venda. Mais um caso em que o jogador se deixa levar pelo que o empresário quer.

– O marketing do Fluminense precisa decidir: quer a torcida no estádio ou o estádio em casa? Bola fora num momento em que amargamos uma baixa presença de público há tempos por várias razões. Está na hora do marketing trabalhar para trazer o torcedor de volta ao estádio, não afastá-lo ainda mais.

– Jogo no Arruda lotado, Santa Cruz precisando atacar pra conseguir o resultado? Hmmm… aposto em novo 2 a 0 para o Fluminense.

O TRICOLOR – informação relevante.

Panorama Tricolor

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