O panaca no SporTV (por Paulo-Roberto Andel)

É tudo muito previsível: a cada seis meses ou menos, um desconhecido ou candidato a subcelebridade aparece na televisão e desanca o Fluminense.

Antigamente era nos jornais ou na rádio.

Se a esculhambação tiver o mínimo de compostura, vem embrulhada de “crítica global”, misturando o Flu com outras equipes. Se não tiver, serve a mesma idiotice de sempre: pagar a série B etc. Bom, já escrevi um livro sobre isso.

E claro: irritadíssima e numerosa que é, a torcida tricolor reage e defende seu time com veemência – muito mais do que qualquer dirigente já fez na vida -, proporcionando excelentes números de audiência para o palco da subcelebridade em questão.

O desconhecido esculhambador geralmente tem o seguinte perfil: ar de superioridade oca, falsa erudição, tempero blasè que lhe confira serenidade para praticar ofensas gratuitas, travestidas de “opinião”. Tudo bem: estamos num país quase livre, onde as maiores sandices são ditas e publicadas sem o menor embasamento técnico ou histórico.

Que o Fluminense passa por um buracão fora das quatro linhas, ninguém tem dúvidas. Uma dívida assustadora que inclusive ameaça a futura existência do Tricolor. Um modelo de mediocridade diretiva que precisa ser desfeito para ontem. Ok. Agora, questionar a grandeza do Flu parece fruto de experiências lisérgicas mal sucedidas.

Não se mede a grandeza de um time por sua incapacidade financeira pontual de realizar grandes contratações ou o tamanho de sua dívida. A grandeza se dá pela junção de história e permanência. O glorioso Penarol, que acabou de bater o Mais Rico no Maracanã, ajuda a entender isso.

Se a grandeza estiver vinculada necessariamente à conquista de campeonatos, Botafogo e Corinthians foram pequenos um dia por ficarem respectivamente 21 e 23 anos sem títulos? Evidentemente que não.

Quando a farra das cotas de TV acabar – caminho inevitável -, mudando completamente o cenário atual, estará o futebol brasileiro liquidado? Os times vão morrer?

Reitero: a situação extracampo do Fluminense é grave, grave demais, e precisa ser transformada imediatamente para garantir a eternidade sonhada por Nelson Rodrigues. Mas ainda assim chega a ser patético que alguma subcelebridade ganhe espaço no canal que transmite os jogos do clube para desancá-lo. Cria a desconfiança inclusive de armação para desvalorizar futuras negociações de contrato.

No mais, já temos problemas demais e gente ruim demais para perdermos tempo com novos desconhecidos deslumbrados. Aí estão os politiqueiros, os papagaios de pirata, os milicianos de redes sociais, os blogueirinhos de aluguel e demais desajustados que não me deixam mentir. Não precisamos de “reforços” nesse sentido. Pra jogar contra o Fluminense já temos nossa própria base de fogo amigo. Argh!

Amanhã tem Fla-Flu decisivo. O maior clássico do país. Tudo pode acontecer, queiram ou não.

O Fluminense sempre será muito maior do que qualquer um de seus detratores, por mais que estes venham enrustidos dentro de argumentos estatísticos solúveis.

Panorama Tricolor

#PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

1 Comments

  1. Penso da mesma forma, Andel.
    Como o Fluminense vê o Grupo Globo como parceiro ad eternum com sucessivos e indefensáveis ataques à instituição?
    À medida que o streaming for ganhando maior relevância, a ruína do império midiático se aproxima. Temos que no posicionar como vanguarda, como (quase) sempre fomos!

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