Que a sorte bafeje o Fluminense (por Felipe Fleury)

Este tem sido um ano de sorte para o Fluminense. Pode até parecer que não, diante dos resultados obtidos até então, mas a verdade é que, só por obra do sobrenatural, o Tricolor, embora sem presidente, sem treinador e sem time, chegou até as semifinais da Copa Sul-americana e possui reduzidas chances de rebaixamento.

A catastrófica gestão Abad também navegou nessa maré de sorte, pois só na última quarta-feira o “caldo entornou” de vez e as cobranças pela regularização dos salários – atrasados dois meses na carteira e cinco, na imagem – aconteceram, por intermédio do porta-voz Marcos Junio, ainda no vestiário, logo após a vexaminosa derrota para o Palmeiras.

A cobrança veio agora, mas os jogadores já têm “tirado o pé” há algum tempo. Nos últimos seis jogos, o scout aponta para dez gols sofridos e apenas um marcado. É claro que, além da óbvia desmotivação pelo atraso salarial, há que se reconhecer a responsabilidade de Marcelo Oliveira, um enganador como há muito não se via nas Laranjeiras.

Um cego à beira do campo, talvez essa seja a melhor forma de nomear alguém que não enxerga o que se passa dentro das quatro linhas. Não sabe escalar, não sabe mexer, não sabe sequer dar ao time um padrão tático, não tem ambição de vencer. As limitações do elenco não podem justificar escolhas desastrosas como as de Junior Dutra ou Cabezas, por exemplo, que só se explicam pela total incompatibilidade de Marcelo com o futebol. Se ganhou algo na vida, foi porque os astros conspiraram a seu favor. Só pode.

Mas, independentemente de Abad, Marcelo Oliveira e da mediocridade do elenco, duas missões ainda precisam ser cumpridas. A primeira, e mais urgente, é a vitória na partida contra o Ceará, na próxima segunda. Com 44 pontos, o Flu espanca qualquer chance de rebaixamento. A segunda, e mais complexa, é, no dia 28/11, reverter a vantagem obtida pelo Atlético/PR na Arena da baixada e seguir rumo à final da Sul-Americana.

Certamente a questão salarial não será resolvida este ano, portanto algo precisará ser feito para motivar o time a conquistar esses objetivos. Escapar do rebaixamento seria, por si só, um presente imerecido a essa gestão desastrosa, mas como quem sofre as consequências do descenso é o clube e seu torcedor, que a sorte – porque competência não há – bafeje novamente o Fluminense contra o Ceará. Depois, o que acontecer na Sul-Americana será lucro.

Panorama Tricolor

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