O Fluminense se mantém enorme por sua história. Títulos, times, personagens, fidalguia, vitórias inesquecíveis construíram esse currículo glorioso durante mais de um século, mas o que o mantém vivo, sobrevivente aos percalços do tempo, às más administrações, aos seus inimigos internos e externos é o seu torcedor.
Não fosse essa poderosíssima força extracampo, seria apenas história – e que história! -, uma enormidade guardada nas melhores lembranças de seu apaixonado torcedor. No entanto, o Fluminense ainda pulsa no grito de sua torcida, e ela que o move para o alto, mesmo quando tudo conspira contra.
É ela, por exemplo, que a despeito de uma administração calamitosa, de um treinador titubeante e de um time medíocre, se dispõe a deixar o conforto de seu lar, numa quinta-feira à noite, para apoiar, apoiar não, conduzir o Fluminense à vitória e à almejada classificação à próxima fase da competição sul-americana.
Muito embora grande parte do serviço tenha sido feito fora de casa, na altitude de Quito, foram os pulmões e corações de quase quarenta mil abnegados os responsáveis por afastar qualquer risco de uma dolorosa frustração, não permitindo que os jogadores em momento algum se acomodassem com a vantagem obtida no jogo de ida.
Antes, com uma recepção calorosa, digna de time e torcida campeões, durante, e, sobretudo durante, com o incentivo ininterrupto, emocionante, apaixonado e depois, na saída festiva e aliviada, cantando a vitória e a classificação.
Foi ela, portanto, a protagonista da noite, soberana do princípio ao fim, exemplo de como se torce, de como se porta em um estádio de futebol. Aliás, não é de hoje que a torcida Tricolor é reconhecida, até mesmo por adversários isentos, como a mais criativa e uma das mais empolgadas nas arquibancadas do país.
Não dá para profetizar quão longe irá esse time, talvez até já tenha ido longe demais. O que dá para dizer, sem medo de errar, é que, se dependesse unicamente de sua sobrenatural torcida, o Fluminense seria imbatível em qualquer rincão deste planeta.
Torcida melhor não há, nem haverá. Fazer parte disso é o que nos faz acreditar que a eternidade é pequena para a grandeza do Fluminense. Todos passam, ele fica, indestrutível como o verdadeiro amor.
Panorama Tricolor
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