O doce sabor de vencer (por Paulo Rocha)

Desde pequeno, quando ia ao Maracanã pelas mãos de meu saudoso pai, aprendi uma coisa: vitórias em clássicos são sempre especiais. Bater um rival tradicional, independentemente do momento vivido e da posição na tabela, tem sempre um gostinho diferente. E assim foi, felizmente para nós, tricolores, o 1 a 0 no Clássico Vovô do último domingo, no Maraca.

O triunfo teve a cara do Fluminense. Sofrido, com gol no início e sofrimento habitual depois dele, sendo o ponto alto o pênalti defendido pelo heroico Rodolfo. Engraçado, quando Júlio César se machucou, não me assustei. A postura de grupo que Rodolfo demonstra me fazia crer que algo de bom estava reservado para ele. Como realmente estava.

Não devemos, contudo, creditar somente à defesa do pênalti a vitória do Fluminense. O já tão contestado Marcelo Oliveira parece estar dando uma cara ao time. Não podemos esquecer que, contra o Botafogo, não tivemos em campo Gilberto, Sornoza e Pedro. Mesmo assim, fomos melhores que o adversário e merecemos, amplamente, o resultado.

Os dois goleiros que participaram do clássico, Léo, a dupla de zaga, Richard, Dodi…destaques inusitados de uma equipe na qual, ainda que timidamente, começamos a levar fé. Mesmo os que não foram tão bem tiveram sua parcela de contribuição. Ah, e não podemos deixar de citar Everaldo, um cara que se firmou e está dando aquele sopro de ousadia que faltava ao nosso ataque na ausência de Pedro – embora em posição distinta.

Não sou maluco de dizer que estou, agora, entusiasmado. Porém, desanimado não estou mais. Não estamos no rumo do cadafalso. Temos condições, sim, de jogar de igual para igual com a maioria das equipes que disputam este Campeonato Brasileiro. E, com a estratégia certa, conquistar o tão sonhado título da Copa Sul-Americana. O momento financeiro e administrativo é ruim? É, mas nós somos o Time de Guerreiros, não se esqueçam.

Que Deus nos ajude em nossa caminhada e que nem a indignação de grande parte de nossa torcida nos atrapalhe. Que o Fluminense continue nos agraciando com vitórias como a do último domingo para esquecermos um pouco o momento de intolerância pelo qual passa nosso país. Vamos tentar levar nossas vidas com esperança no coração.

Encerro a coluna mandando um abraço especial para Rodolfo. Obrigado pela alegria que nos proporcionou e pela sua bravura. Somente quem já enfrentou esse nefasto inimigo sabe a grandeza da sua luta. Valeu guerreiro. O sorriso na cara do meu filho e o grito gutural por ele proferido após a sua defesa são imensos prêmios que um pai pode receber. Há vitórias e vitórias, e essa foi especial. Saudações Tricolores.

Panorama Tricolor

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