Motivação para o Clássico Vovô (por Paulo Tibúrcio)

O início de ano do Fluminense tem sido muito bom e, de certa forma, surpreendente, sobretudo se a comparação for feita em relação à performance do ano anterior. O “efeito Abel” foi fundamental para esta transformação, mas alguns remédios têm efeito temporário e já é visível uma queda no rendimento do time. Os “altos e baixos” são um processo natural em qualquer atividade humana e não seria diferente com um time de futebol. É preciso levar em consideração duas coisas. O time do Fluminense tem qualidade, todavia ainda carece de entrosamento. E que a forma de jogar das equipes começam a ficar mais aparente e os bons técnicos passam a neutralizar aquilo que era “elemento surpresa” do adversário no início da temporada. Sornoza, Orejuela, a volta da boa fase de Wellington e a subida de produção de Richarlison deixaram de ser novidades. Assim como as nossas fragilidades. Não é coincidência o número de bolas alçadas na área do Fluminense.

Desta forma, os adversários vão melhorando a sua forma de jogar e com o Fluminense não pode ser diferente. Nesta nova fase, não basta contar apenas com o talento presente em parte do time tricolor. O Flu vem pecando por jogar de maneira burocrática. É preciso colocar a qualidade em função de um esquema tático ágil e eficiente. Uma boa forma de conseguir a motivação necessária para atingir esta qualidade é a disputa de um clássico.

O Botafogo está com um time bem armado e vive uma boa fase. A prioridade de General Severiano é a Libertadores e não sabemos como eles irão encarar esta partida. Jair Ventura, que vem realizando um excelente trabalho, não é bobo, sabe da importância de um clássico e deve montar um time bastante competitivo. O Fluminense pode tirar proveito deste momento, pois não será jogo para jogar o básico, caso queira sair com um bom resultado. O Time de Guerreiros vai ter que jogar tudo que sabe. Espera-se, sobretudo, que o Botafogo jogue sério, duro, mas na bola. O Fluminense tem sofrido contra adversários desleais e conivência de arbitragens. O Botafogo não precisa disto.

O Fluminense ainda não poderá entrar em campo com força máxima. Scarpa segue se recuperando e Orejuela foi cumprir seu dever com a nação. O lateral Lucas segue como dúvida. O time tem qualidade ofensiva para suprir a ausência de Scarpa. Vamos ver como o time se comporta com a ausência de Orejuela. Abel pode ser obrigado a colocar um garoto para a função do equatoriano. Neste caso, a torcida precisa ter paciência. Não podemos queimar jogador por causa de uma conclusão precipitada. Na minha humilde visão, o jogo com o Nova Iguaçu, pelo seu contexto, não é parâmetro suficiente para definir o futuro de Nogueira, Reginaldo ou qualquer outro proveniente da base, A adaptação é lenta. O time é jovem e carece de um jogador mais experiente para orientar a garotada. Precisa do apoio da torcida.

O campeonato estadual deste ano não empolga, a qualidade está baixa e o retorno financeiro é ruim. Os time que têm condições tendem a priorizar outras competições. Mas sou de um tempo em que o clássico em si era uma competição à parte, seja qual fosse o motivo de sua realização. Mesmo sabendo que é difícil reviver esta época, espero que os times possam realizar um grande Clássico Vovô. E que a mística esteja a favor das Laranjeiras.

Panorama Tricolor

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Imagem: bamar