Meio cheio, meio vazio (por Walace Cestari)

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Tricolores de todos os lugares, é sabido que Cícero deve ser anunciado (talvez já tenha sido quando você estiver lendo essa coluna) pelo São Paulo. Vi gente comemorando e outros lamentando. O mais interessante é que tanto na comemoração quanto no lamento, há opiniões distintas sobre seus sentimentos.

Há os que comemoram a ida de Cícero porque era um jogador lento, modorrento, displicente e que sempre parecia que poderia jogar mais do que estava jogando. Eu fecho com esse grupo: o meia tem bola, mas só joga quando quer e não estava querendo nada, sobrando apenas sua preguiça desfilando em campo.

Ainda dentro das quatro linhas, os que lamentam o fazem porque ainda guardavam esperanças de ver aquele Cícero de 2007/2008. Essa esperança vira um sentimento messiânico ao olhar para o time e ver que não há qualquer jogador com suas características. Mas, vamos lembrar: só faria falta se estivesse jogando de fato. Do jeito que estava, um hidrante poderia substituí-lo sem muito esforço.

O grande problema é que há quem comemore o fato de que, com seu empréstimo, o Fluminense economizará 6 milhões de reais até o fim do contrato. Mas, pelo que li no noticiário, ele vai por empréstimo e não volta mais – o que, em meu dicionário, significaria “venda”, apesar de a notícia insistir no empréstimo.

O detalhe que não deve escapar é que pagaremos 30% de seu salário e teremos um custo de 3 milhões de têmeres até o fim do contrato. Isto significa que estamos pagando para vender o jogador. Sim, é isso. Para conseguir se livrar de Cícero tivemos de aceitar arcar com um prejuízo extra ao longo do tempo.

Ele é tão ruim que ninguém quer pagar o que ele ganha no Flu ou o Flu é tão ruim que acaba pagando muito mais para atletas de qualidade duvidosa?

Longe de ser uma questão paradoxal, parece-me que a resposta é bem clara: a diretoria do Flu foi um desastre completo na hora de contratar jogadores. Ou então ganhamos a vocação para casa de caridade. Tanto assim o é que há jogadores no elenco – contestados e pouco aproveitados – que estão se recusando a serem negociados. Será que amam tanto assim a camisa do Flu?

A nova diretoria sinaliza, pelo menos, em tentar dar um fim ao conjunto de mediocridades que anda passeando com nosso uniforme em campo e recebendo altíssimos salários por isso. Parece que isso tem um preço que ainda vamos pagar por algum tempo.

Assim, o copo pode estar meio cheio porque notamos o problema e vamos resolvendo a questão; ou meio vazio, porque os maus negócios do passado vão assombrar ainda por uns dois anos a nova gestão.

Resta esperar e torcer.

PS.: Sheik? Vocês estão de sacanagem, não é possível.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: wc

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