Tricolores de sangue grená, em minha última coluna escrevi sobre o jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, em que empatamos com o Corinthians por 1 a 1 jogando em Edson Passos. Na época, eu considerava o jogo da volta mais difícil do que o considero hoje, pois enfrentaremos um Corinthians apenas um ponto à nossa frente no Brasileirão, sem brigar mais pela liderança de outrora, é verdade, mas atravessando uma crise que culminou com a queda de seu técnico, Cristóvão Borges. É provável que, até o jogo, outro técnico já tenha sido contratado, mas é claro que eles não nos enfrentarão nas condições ideais.
Da mesma maneira que o Grêmio, que havia acabado de demitir seu treinador – por coincidência aquele que está sendo sondado para comandar o time paulista, perdeu para o Fluminense jogando em seus domínios pelo Brasileirão, nada impede que repitamos a façanha em Itaquera, derrotando um Corinthians combalido e sem forças, ainda que pelo placar mínimo. Claro que não será uma tarefa fácil, mas já não parece tão difícil como se previa. Hoje acredito muito mais na classificação do que no dia do primeiro jogo. E aí passaremos às quartas, que serão decididas em sorteio.
Se passarmos e der a lógica, tanto pelo resultado do primeiro jogo quanto pelo momento dos times, teremos na próxima fase São Paulo, Santos, Palmeiras, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG, além do próprio Flu. São Paulo, Grêmio, Internacional e Cruzeiro estão em crise. Santos, Palmeiras e Atlético-MG estão disputando as primeiras posições. Deles, só o Palmeiras considero extremamente difícil de vencer. O cenário é ótimo para o Fluminense. Torcer para não cruzarmos com o Verdão e seguir visando o título na Copa do Brasil é um caminho, o melhor deles, aliás, para voltarmos à Libertadores.
Caso haja uma pedra no meio do caminho e não nos classifiquemos, seja agora ou mais à frente, por meio da Copa do Brasil, ainda há uma esperança. Muito se fala em G4, mas os três “favoritos” para vencer a competição hoje (Palmeiras, Atlético-MG e Santos) liberariam uma vaga no Brasileirão caso fossem campeões da Copa do Brasil. Aí passaríamos a falar em G5, que é uma realidade muito mais próxima de nós. Estamos a um ponto da quinta colocação, e a cinco pontos da quarta posição. É bem mais fácil passar pelo Timão que alcançar o Santos.
Os times que brigam efetivamente conosco por esta posição valiosa, ou estão em crise (casos de Corinthians, Grêmio e São Paulo) ou também são times tão irregulares quanto nós (casos de Atlético-PR, Ponte Preta e Chapecoense). O maior perigo, por incrível que pareça, é o Botafogo, que vem numa toada excelente, tendo quatro vitórias nos últimos cinco jogos, e se mostra numa crescente de bastante regularidade, com aproveitamento similar ao dos líderes. Temos que vigiá-los de perto, pois estão a apenas dois pontos de nós e a três da quinta posição. A partir de agora, nosso aproveitamento precisa, obrigatoriamente, ser ao menos similar ao deles.
Pode parecer estranho eu falar de Libertadores sendo um crítico tão ferrenho à gestão como sou, mas há de se separar as coisas. Eu quero o Fluminense sempre vencendo, sempre almejando os postos mais altos. A camisa pesa, e isso ainda tem valor. Mesmo que eu não confie nos que lá estão, 2017 será um novo começo, com uma nova gestão, seja ela qual for. E ter neste novo início uma disputa de Libertadores será motivo para investimento e para que tanto o novo presidente quanto o novo corpo diretor mostrem serviço para reconduzir o Fluminense à sua grandeza e ao seu lugar de destaque no cenário mundial.
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– Não engrosso nem o “Fora, Levir” nem o “Fica, Levir”. Penso que ele é um bom técnico, mas treina o Fluminense meio que de má vontade. As declarações birrentas e malcriadas dele denigrem a instituição. Parece-me que está forçando uma saída por meio de acordo, querendo a multa rescisória em vez de pedir o boné. Cabe ao presidente não fazer a vontade dele e ir à mídia prestar os esclarecimentos necessários ou, melhor ainda, compelir o próprio Levir a fazer uma justa retratação por meio de força contratual. Pelo que eu saiba, falar mal da empresa em que se trabalha gera justa causa…
Panorama Tricolor
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