Oi, pessoal.
O Fluminense, leia-se time e torcida, perdeu a identidade em si. O primeiro atua com o mesmo peso daquele que, no fim do dia, sente-se exaurido e desmotivado porque seu emprego é penoso e injusto: assim se comporta um jogador do time.
A segunda torce sem prazer, sem emoção, esperando o pior, impregnada pelos escombros de um time que joga com sofreguidão e esforço, sem vibração, como se estivesse no pior dos mundos.
Entre nós, razão de ser da instituição centenária e futebolística, pessoas lutando pela teta de administrar os milhões que um clube de futebol atrai. Os que lá estão, com facas nos dentes para não perderem o posto, vomitam contra qualquer crítica, politizando-a e visando desqualificar qualquer um que a faça.
Do outro lado, alguns opositores se aproveitam, alguns acima do tom, da péssima gestão de Peter Siemsen no futebol, exasperados no afã de vencer as próximas eleições, em novembro, com sangue nos olhos, transformando tempestades em tsunamis, para assumirem a administração.
Em ambos, uma coisa em comum: o despreparo. Tanto para acolher as críticas, filtrando-as com educação, tornando-as motivação para melhorar, quanto para fazê-las, transformando o Fluminense numa terra completamente arrasada, o que também não condiz com a realidade.
A realidade? Vivemos tormentos. Tem sido assim desde 2013. Muita coisa está errada. Muita. Peter errou em jogar as decisões do futebol no colo de Fred, escolhendo duas pessoas que nunca trabalharam no departamento de futebol profissional como vice e diretor.
Entrou no terceiro ano seguido com técnicos medíocres, responsáveis indiretos na formação do elenco, sempre mal formado, como nesse 2016 também foi. Jorge Macedo e Levir Culpi, aliás, são os únicos que não têm culpa sobre isso porque já encontraram um clube subserviente aos caprichos do camisa 9 (que na primeira contrariedade se mandou) e das batatadas de Mario Bittencourt e Fernando Simone.
A conta chegou. Ela sempre chega. Resultado de escolhas e decisões gravemente prejudiciais porque irresponsáveis: ou não foi irresponsabilidade delegar o futebol profissional do clube nas mãos de duas pessoas sem nenhuma experiência?
Ainda assim, atualmente, após longos anos, temos um técnico capacitado e um diretor de futebol do ramo, herdando erros que não cometeram, não podendo falhar tanto quanto vêm falhando exatamente por conta dessa herança.
Dependemos diretamente desses dois profissionais para recolocar o Fluminense num patamar de competitividade minimamente digno, porque o que estamos vendo é uma avalanche de mediocridade, embora concorde com nosso técnico que não ficamos a dever a maioria dos times.
Dependemos da habilidade do Jorge Macedo para contratar jogadores capazes de chegar no Fluminense como titulares absolutos e, ao menos, pegar as camisas 6 (que seja o William Matheus!), 10 e 9. Dependemos de Levir para reencaixar o time que um dia ele montou, mas vem perdendo a mão com erros até esquisitos e “Drubskianos”, tais como barrar Jonathan, insistir com Pierre e Osvaldo, posicionar Cícero de meia-ofensivo…
Levir tem a desculpa de estar sendo atingido por um elenco que ele não montou e não confia mais e, em vez de pedir apoio da torcida, deve repensar o caminho que vem escolhendo na escalação, substituição e proposta de jogo.
O torcedor não é obrigado a aguentar mais essas atuações ridículas, essa postura de que parecem estar nos fazendo um favor em lá estar. Assisto pelo menos uns três jogos inteiros por rodada e, se não vejo um time muito acima de nós, igualmente não vejo um outro time tão apático e indolente.
Que venham os reforços e que, ao contrário de outros anos, o Flu cresça no segundo turno, nos dando atuações dignas. Estas, até independentemente de resultados, atrairão o torcedor, reconquistando seu apoio. Porque só o que faltava era clamar nossa presença como fator determinante para melhorar. O que é isso? Time profissional?
Vocês são profissionais! Reajam! Vibrem! Pulsem! E sem pestanejar, do nada, verão a torcida tricolor de braços abertos ao lado.
Eu acredito nessa recuperação. Mas depende mesmo de vocês, como dependemos de vocês para realçar a paixão da nossa vida, o Fluminense, na disputa pelo G4 e da Copa do Brasil. Depende que vocês voltem a ter alma para ter nossos corações pulsando nela e superarmos os tormentos políticos e financeiros, que acontece em todos (!) os clubes brasileiros, sem exceção.
Vamos, rapazes! Vamos, Levir! Vamos!
TOQUES RÁPIDOS:
– Maranhão (que nome infeliz!) tem me causado muito boa impressão. Eu sei que é difícil chegar num clube grande e mostrar bom futebol entrando num time desarmado, confuso, sem entrosamento. Levir errou ao tirá-lo, tanto contra o São Paulo como do time titular contra o Coritiba. Tem que dar tempo de jogo. Essas mexidas também minam a confiança.
– Dudu está com mais dificuldade de mostrar as qualidades que tem. E que esperamos que ele as tenha. Igualmente natural. Entrou no pior setor do time, o nosso meio-campo, jogando embolado por dentro. Apesar disso, não o vi como um organizador de jogo e sim mais um meia-ofensivo carregador de bola, de contra-ataque. Para compor elenco, será, pelo pouco que vi, melhor que um Vinícius e muito melhor que um Felipe Amorim.
– Henrique Dourado é um finalizador nato. Bom cabeceador e com chute forte, inclusive de fora da área. Tem mais força que bola. Não é do estilo de centroavante que gosto, muito porque não gosto de centroavantes porque eles induzem o time a alçar bola na área, enfim, mas acho que ajudará muito. E se ele não é um Fred de anos atrás, também não é um Wellington Paulista, nem Samuel e afins.
– Acho Dátolo muito bom jogador mas não o vejo como aquele que irá organizar o time. Este cara seria o venezuelano Guerra. Já comecei meu “rugue-rugue” para o São Paulo eliminar seu time, para que ele possa vir antes do fim da janela. Aliás, essa data teria que ser estendida para depois da final da Libertadores. Não entendo!
– Outro nome ventilado eu confesso não ter visto jogar para ter uma opinião. É o equatariano Junior Sornoza, de apenas 22 anos. Alguém viu? O que achou?
– Da série: “Perguntar não ofende”: por onde anda Danielzinho que nunca mais teve chance no time? Alguém brigou com seu empresário?
– Agora vou polemizar: Gum e Henrique são heróicos! Extremamente sobrecarregados pelas falhas de outros que estouram sobre eles, porque jogam entre um goleiro que não sai do gol e não ataca a bola; dois laterais que não marcam ninguém e volantes que marcam mal. Toda hora veem o adversário no mano-a-mano tanto na entrada da área como livres nas pontas. Reparem só!
– Pierre, Osvaldo e Giovanni não podem mais ser titulares, meu Deus! Não se pode exagerar na mediocridade técnica. E Cícero, hein? De meia é uma negação. Eu avisei!
– Hoje tem Copa do Brasil no “cemitério” Raulino de Oliveira… Boa mudança de competição para que o time readquira alma – porque um coração não bate num corpo sem alma, e o nosso coração de torcedor só voltará a bater assim. Vamos recuperar nossa identidade! Vamos, rapazes! Vamos, Levir! Vamos!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: cy
Muito bom como sempre.
Tem certa razão sobre a zaga, mas ainda assim, Henrique é muito lento, péssimo custo benefício.
Espero que Cicero volte a jogar bem na posição que gosta, esse papo de que ele é versátil é pra boi dormir.
Pode bater com mais força, que essa diretoria merece….esse tal de Macedo parece boneco de ventríloquo.
Mais que nunca, hoje é vencer ou vencer.
ST