Pontos, suor e reforços (por Walace Cestari)

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Após o jogo contra o Palmeiras, critiquei aqui a postura do time, reclamei da falta de comprometimento e de vontade nos jogos. Parece que Levir teve a mesma percepção (por que não imaginar que ele lê o Panorama?) e, melhor ainda: agiu na direção correta para corrigir o problema.

Contra o Botafogo e Atlético Mineiro, vimos uma equipe se ainda não jogando o fino da bola, pelo menos aguerrida e dedicando-se os noventa minutos da partida. Quando o time corre, a gente chega a esquecer que o Giovanni está na lateral esquerda.

Digno de nota é que, mesmo já com toda a má vontade que desenvolvi com relação ao futebol do garoto Giovanni, suas duas últimas participações não foram comprometedoras, apesar de tampouco abrilhantarem as exibições.

Quem vem comprometendo e não merece a titularidade é Henrique. A despeito do currículo, vem falhando constantemente e por vezes de forma grave, com reflexos negativos no placar. É hora de Marlon ou Renato Chaves fazer dupla de zaga com a fênix tricolor, Gum.

Ainda no aspecto técnico, Douglas entrou muito bem no lugar de Pierre, fazendo boa dupla com Édson e só por teimosia Culpi retorna com Pierre no onze inicial. Douglas tem mais disposição física, melhor técnica e um passe bem melhor que o veterano. Na comparação com Édson, perde igualmente no passe, além de não ter a caracterísitca de saber carregar a bola de forma voluntariosa que nosso oito apresenta.

Na frente, Richarlison tem um grande futuro. É forte, tem uma velocidade impressionante e é bastante agudo quando com a bola no pés. Como jovem, é ainda ansioso e nem sempre escolhe as melhores jogadas, mas mostra um enorme potencial para ser uma das referências da equipe em pouco tempo.

Fred mostrou-se voluntarioso nos últimos jogos, deslocando-se pelos lados, voltando para buscar jogo e apresentando-se como opção. Contudo, assim acaba finalizando menos e não tem levado tanta sorte nas conclusões, tendo acertado apenas a bela boloca colocada no gol contra o Botafogo.

É evidente, entretanto, que a equipe precisa de reforços e a diretoria recentemente apresentou três nomes: Dudu, Maranhão e Willian Matheus. Não são o sonho de consumo da torcida, mas são contratações que, se bem trabalhadas, podem acrescentar profundidade ao plantel.

Dudu Figueiredo é jovem, tem 25 anos, e jogou em clubes do Paraná e Santa Catarina. É um meia atacante canhoto, que joga próximo da área e tem um bom passe. Sua principal característica, entretanto, é o potente chute na canhota, do qual não tem medo de usar como arma durante os jogos. Vem na troca por Felipe Amorim, mais ciscador e veloz, mas que não caiu nas graças de Levir.

Maranhão tem 26 anos, já passou pelo futebol mexicano e sul-coreano e jogou a temporada 2015 pela Chapecoense. Meia atacante que gosta de jogar pelos lados, é canhoto mas prefere o lado direito do campo. Tem alguma velocidade e um bom drible, chega para ser mais uma opção para o meio, um reserva para Scarpa.

Por fim, William Matheus, lateral esquerdo de 26 anos que estava no Toulouse. Cheguei a assistir a um jogo seu em fevereiro, contra o Nice e, confesso, mesmo no estádio, não me impressionou. De fato, o time do Toulouse era muito, mas muito fraco mesmo. Fez algumas boas atuações no Palmeiras em 2014 e impressionou olheiros europeus. Tem boa técnica, é voluntarioso, apresenta-se bem no ataque e tem bom posicionamento defensivo. Se for o jogador do Palmeiras, é boa contratação. O que estava no Toulouse, vem com desconfiança, em que pese a péssima campanha do time francês. Se não é um primor, basta lembrar que o titular é o Giovanni.

Aguardemos o desenrolar do campeonato. Se Levir achou o jeito de fazer com que os jogadores levem os jogos a sério, esse time tem possibilidade de brigar por coisas boas, dado o equilíbrio dos elencos. Mas não dá para, em momento algum, deixar de suar.

Panorama Tricolor

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