Lealdade. Em dicionários, algo como respeito aos princípios e regras que norteiam a honra e a probidade. Fidelidade aos compromissos assumidos. Nas conversas informais, chama-se atitude de sujeito homem.
Nos tempos atuais, infelizmente é artigo escasso no mercado.
Torcer por um time de futebol é um princípio de lealdade, que pode ter diversas intensidades: há desde os mais apaixonados até os sóbrios, mas não menos felizes. E não é à toa que, no Brasil, o “vira-casaca” é considerado um pária, exceto se tiver feito a mudança de opção na infância ou tenra juventude.
A mesma lealdade que o torcedor médio alimenta em seu ideário é a que ele cobra das diversas instâncias pelo caminho: outros torcedores, jogadores, treinadores, dirigentes, jornalistas, sites, blogs, escritores e tudo o mais.
É justamente quando os atropelos acontecem: o futebol de hoje mexe com muita gente, dinheiro, interesses diversos, de modo que nem sempre as cores da camisa são atendidas pelos preceitos éticos, morais e até de urbanidade. Então, BLOMGHDSTRRAF!, acontece o choque. Geralmente, quem vence é a força da grana – que ergue e destrói coisas belas, como diria o mano Caetano -, mas nem sempre. E aí se distingue a popular figura do sujeito homem em relação aos demais.
Outro dia, João Leonardo escreveu por aqui a respeito de Ézio, que considero uma figura mitológica e inquestionável do Fluminense. Nas últimas quatro décadas, não vi ninguém mais gentil, cavalheiro, simpático e humilde do que ele com a camisa das três cores imortais. João o descreveu com precisão ímpar. Ézio era mesmo um super-herói; por isso, acima dos pobres mortais. E que jovem do meu tempo não queria onze jogadores com a lealdade, a dignidade e a fidalguia de Ézio? Nenhum. Ézio Leal Moraes Filho (15/05/1966-9/11/2011). Perceberam o nome?
Depois de uma semana, lá vem o Fluminense para cima da modesta Ferroviária de Araraquara. Começou o jogo de ida com enorme facilidade, depois levou um susto enorme e beliscou o empate em 3 a 3, útil em caso de emergência. Mas nenhum tricolor vai hoje ao Raulino pensando em empatar, com todo respeito ao adversário. Times grandes precisam se impor jogando em casa. A vitória é moralmente essencial, e vai exigir dedicação e luta para ser obtida.
Em suma, lealdade de todos em campo, envolvidos de tal modo com a partida que honrem cada gota de suor expelida.
No fim das contas, tudo se resume a isso. O que esperamos dos outros em cada uma das relações humanas: lealdade. De amigos, conhecidos, sócios, funcionários, namorada, filhos, colegas de trabalho, a turma da pelada, o pessoal do clube. O resto se conversa.
Que o Fluminense seja Fluminense demais hoje à noite. Leal a si mesmo, aos seus princípios, à sua grande história.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: rap
Grande Paulo,
a única coisa ruim de não ter facebook é não dar like nas colunas favoritas.
Considere esse comentário um legalzinho!
Abraço,
João Leonardo
Que os colecionadores de vexames, tenham completado suas metas, e não procurem mais um pra aumentar seu patrimônio