Pela primeira vez naqueles anos incríveis, eu não fui ao Maracanã numa final de campeonato do meu Fluminense. Meu pai não me acompanharia, os amigos não se mobilizaram e a TV ia passar tudo – finalmente uma tricolebada em minha vida adolescente.
O Bangu tinha um timaço, a vantagem do empate e começou marcando cedo na grande final do Carioca de 1985. Lá íamos nós na posição de sempre: remando contra a maré, desafiando definições.
Mas aquele era O Fluminense, das mil e uma vitórias de um título atrás do outro e, muito antes de Romerito empatar a peleja, o nosso time já massacrava o rival de Moça Bonita.
Quando Paulinho cobrou a falta decisiva, meu coração fez mania de amor. Meu pai deu um grito enorme na sala, o último que pude ouvir ao lado dele num título: não acompanhamos mais uma decisão juntos até sua despedida, em 2008.
Viramos e vencemos no peito e na raça. Era a última grande conquista de um time que fez história nas Laranjeiras. O Brasil suspirava pela afirmação republicana, o rock era uma realidade e o Flu de Assis, Washington, Romero e companhia mágica era um dos paradigmas daquela época.
No final, houve a confusão do Wright e a FlaPress queria o pré-gol de um pênalti a ser marcado depois que o jogo terminou. Era muita vontade de ver o Flu derrotado, devidamente contrariada. Fomos tricampeões de terra, mar e ar. Os caluniadores do Fluminense não têm a menor ideia do que era vencer o time de Castor de Andrade – personagem que não era desafiado nem pelos generais da ditadura. O resto é choro dos recalcados, diante do triunfo de um time que encantou um país inteiro.
Trinta anos esta noite.
Há pouco, conversei com meus amigos pelo Facebook. Falávamos de muita coisa.
Quando me dei conta da data, parei e chorei. Eu queria que aquele Fluminense estivesse aqui.
Vou voltar, sei que ainda vou voltar. O mestre Nelson Rodrigues sempre ensinou que os caminhos do nosso passado eram a bússola para o futuro de glórias.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Amém!!!
ST