No futebol e na vida, poucas coisas soam tão estapafúrdias quanto a manipulação e a edição dos fatos. Mais uma vez, a velha história se repete.
Bastou o Botafogo – dignamente – conseguir anteontem seu acesso à série A para que estelionatários da informação, caso de Milton Neves e outras gralhas da “imprensa esportiva”, em vez de focarem seus elogios ao esforço alvinegro depois de mais um rebaixamento, passassem a utilizar novamente de forma torpe e vil o nome do Fluminense em relação a viradas de mesa.
O Botafogo acaba de retornar dignamente à primeira divisão. Desta vez.
Desta.
Em 1986, foi beneficiado por decisão do STJD e realocado… na Copa União, que não deveria ter disputado no módulo Verde.
Em 1999, depois de recuperar incrivelmente os pontos de uma partida que perdeu por SEIS a UM, o Alvinegro não fez jus ao apelido de Glorioso: entrou por um janelaço no grupo dos grandes da Copa João Havelange, que foi a solução para encobrir a trama botafoguense.
Tudo isso e muito mais já foi profundamente descrito em “Pagar o quê: respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro”, livro publicado em 2014 com mais de 30 anos de histórias cabulosas do futebol brasileiro.
No mais, é bom saber que a recondução do Botafogo à série A tem a marca histórica do Fluminense – para variar – através de um dos maiores jogadores de sua história: o craque multicampeão Ricardo Gomes, hoje treinador em General Severiano.
O tetracampeão brasileiro e campeão mundial oferece seus parabéns ao novo integrante da primeira divisão, que não precisa da manipulação mentirosa de seu passado para merecer respeito. Que prevaleça a verdade numa história que vem desde 1906.
Em caso de dúvidas, o freguês tem sempre razão – desde que não se minta nem omita. Afinal, terá pouca gente a defendê-lo.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri