Sem “Drubsckar”, Enderson! (por Crys Bruno)

marcio alves

Oi, pessoal.

Após o empate sem gols diante do Sport, o capitão Fred, afirmou que o time demorou para incendiar o jogo, ressaltando que o adversário “neutralizou” bem o Tricolor. Noves fora o mérito do arrumado bom time pernambucano, não é difícil brecar o já lento Fluminense.

Desde Renato Gaúcho, no Carioca 2014, cansamos de assistir o time nessa lentidão e a esperança é que, agora já ambientado e bem aceito pelo elenco, Enderson dê o passo que seus antecessores não foram capazes e que o Flu precisa urgentemente: mudar a escalação ou o posicionamento tático ou ambos.

Essas são mexidas necessárias. O Fluminense precisa de velocidade e profundidade.  Para conseguir isso,  o novo comandante precisa escalar jogadores que se encaixem. Ainda mais numa partida fora de casa, onde teremos o contra-ataque, que opte por um jogador mais rápido na frente para receber o passe dos meias.

Falando neles, Gérson, Vinícius e Wagner, sem o corredor, sem um atacante que se desloque, se desmarque para dar opção e contra retrancas, como a do Sport, ficam sem ter o que fazer com a bola, já que não são velozes nem dribladores frontais.

Para piorar, os laterais Renato e Giovanni são fracos tecnicamente e, com razão, com Enderson, jogam mais preocupados com a marcação e a composição da primeira linha de quatro. Sem opção para quem criar, os meias, que nesse 4-2-3-1 jogam espaçados, distantes um do outro, produzem muito pouco.

O time trava e irrita. Irritado, quem assiste fala em dispersão, apagão, máscara, falta de vontade, quando, na verdade, é a falta de encaixe. Entendo um torcedor achar, por exemplo, que Gérson deve sair do time porque “não está jogando nada”.

Enderson não pode. O técnico tem que saber o porquê, é obrigado a ver que Gérson é meia de criação e não tem explosão, que o torcedor confunde com vontade, nem velocidade para jogar no lado do campo.

O torcedor pode cornetar Wagner, mas o treinador não pode sacá-lo do time sabendo que ele também é sacrificado por esse esquema. Perdemos a criação e presença ofensiva do Wagner do Cruzeiro, para atacar com Renato e Giovanni. Wagner se tornou um auxiliar de lateral. Um dos maiores erros desse atual Fluminense.

A torcida pode pedir que entre fulano e saia o Vinícius. O comandante deve saber que com Gérson e Wagner abertos e voltando para defender atrás da linha da bola, o camisa 29 fica isolado, num espaço morto do campo, entre a segunda linha de quatro e Fred.

Portanto, cabe a Enderson conseguir encaixar os melhores jogadores do elenco num posicionamento em que possamos ter deles o melhor. Se não quiser mexer no time, os aproxime, para que eles joguem no toque, na tabela, sendo opção um para o outro.

Ou mude esse 4-2-3-1. Porque se for manter esse esquema, terá que mudar os nomes em campo, escolhendo os jogadores pelas características para que haja o encaixe e o jogo flua. Marcos Jr e Marlone que têm condições de jogarem abertos, devem jogar onde Gérson e Wagner estão em campo.

Se for para manter os três meias, o que acho ideal, é hora de pôr um segundo atacante pelo lado do campo e fazer um tridente com Edson, Gérson e Wagner com Vinícius de ponta de lança. Então, hora de chamar Jean num canto e explicar a opçao de dar melhor passe longo, mais pedi-lo para ajudar a acabar com um dos nossos pontos fracos: a lateral.

Mas, se for fazer o que está parecendo, escalando Pierre no lugar do suspenso Wagner, contra o Palmeiras, voltando com os três volantes que Ricardo Drubscky usou e falhou, Enderson vai dar um passo atrás, podendo comprometer a guinada ao G4 e a briga pela Libertadores, em curto, médio e primaveril prazo.

Sem “Drubsckar”, Enderson.

E avante Fluzão, rumo ao topo.

Abraços.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

Imagem: Marcio Alves

capa o fluminense que eu vivi 4 - FINAL