Não sou sócio torcedor do Vasco. Tampouco do Fluminense. E confesso minha irritação com as críticas que leio (mesmo por aqui, no Panorama) dirigidas aos torcedores que não colaboram financeiramente com seus times. Parece que você é menos apaixonado porque não contribui. Que é menos vascaíno ou tricolor do que aquele que coça o bolso mensalmente.
Esse raciocínio é muito injusto.
Torcer prum time é por si só uma das atividades mais inexplicáveis que existem. O cara sofre e se mata de paixão por um time que, às vezes, jamais viu jogar ao vivo. No entanto, aquilo ali é como se fosse um pedaço da família dele. Como diz o grito da torcida, “De todos os amores que eu tive és o mais antigo”. Na maioria das vezes, é mesmo. Inato, vindo do berço.
Então por que um tricolor de cabrobró do judas é menos tricolor que eu ou você? Porque ele não paga uma mensalidade? Isso te faz amar mais o clube? O caraminguá depositado?
Antes de ser sócio, tem de ser torcedor.
E o que os clubes do Rio fazem pelos torcedores do futuro? Nada.
Se preocupam apenas com os fanáticos. Querem que indivíduos como eu ou você nos associemos, mas esquecem totalmente das (desprezam?) nossas famílias. Daqueles tricolores que torcem ferrenhamente pelo clube mas desconhecem os caminhos da associação.
O que os times do Rio fazem atualmente pra evitar que um menino vire torcedor do… Barcelona? Chelsea?
Nada.
O que fazem pelas mulheres torcedoras? E aqui não há machismo algum, apenas uma questão numérica, da quantidade de homens e mulheres envolvidos diretamente com o futebol.
Nada, claro.
Acredito que qualquer campanha de sócio-torcedor deveria começar por um censo. Uma convocação amplamente divulgada aos tricolores, vivos e mortos, pra que se cadastrassem no site do clube, cujo objetivo seria o de conhecer o tamanho da torcida, em todo o Brasil. Saber em que cantos do país há grupos grandes de torcedores. Qual o tamanho da torcida infantil do clube – futuro das arquibancadas.
Criar nesse tricolor distante a sensação de pertencer a uma torcida única. Dar a ele a sensação de que ele, ou ele e sua família, são partes de um todo. Ver que o seu nome ajudou a engordar um número enorme de tricolores no mundo.
A partir dai o clube passar a se relacionar com o seu torcedor. Pode ser por meio de uma newsletter, por exemplo.
Internet é comunicação um-pra-um. Ao ler esse meu texto, você está, de certa forma, me dedicando alguns minutos da sua vida. (Muito obrigado!)
Isso se dá com o clube também. Quando ele se dirige a um desses torcedores, passa ao mesmo a sensação de que ele é parte de um grupo. Dá a sensação de pertencer, de existir.
De posse desses números, ai sim, o clube teria ferramentas para ir à cata desses torcedores, possivelmente com campanhas locais, reforçadas da visita de algum ídolo à cidade, por exemplo. Uma vez integrado, será muito mais fácil trazer esse cidadão e sua família para o clube.
Mas não será falando apenas no dinheiro que isso vai acontecer. Muito menos rebaixando a importância do torcedor comum porque ele não é sócio torcedor. Cabe ao clube trazê-lo.
Nessas horas, cabe lembrar que quando o clube (qualquer clube) tá na merda, é ao cara do rádio de pilha, genericamente chamado de torcida, que o time recorre.
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Espera-se meses por um campeonato. Ainda que seja composto em 95% de peladas horrorosas, todo mundo quer ver o Carioca e seus jogos. A federação esvaziar o campeonato por causa de sandices políticas é uma sacanagem com o torcedor.
Ninguém aguenta mais isso.
abraços
Zeh
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#SejasóciodoFlu
Leiam a coluna da Crys Bruno de 28/01 e entendam o motivo para serem sócios. Vale a leitura! Em cima do que ela colocou, tive uma experiência agora no início de janeiro, quando fui ao sul de Londres ver um jogo do Crystal Palace. Ingressos só para sócios. Estádio para 26000 pessoas completamente lotado. Disseram-me que a lotação é completa em todos os jogos. Enfim, ser sócio não é levar vantagem e nem dar esmola. é apenas a demonstração mínima de amor pelo clube. ST
De acordo.
Sou torcedor do Galo, mas moro em Brasília.
Penso com frequência em me tornar sócio torcedor, mas, sempre que leio as informações sobre o programa, a constatação é a mesma: nenhuma vantagem para o torcedor distante de BH.
Não significa que não ajude o clube financeiramente, mas o faço através de ações que são vantajosas para os dois (compra de camisas, idas aos raros jogos em BSB e ppw, por exemplo).
Enfim, o amor e as vantagens do relacimento devem ser recíprocos.
…Além disto, a impossibilidade de mostrar o clube a meus filhos. A única possibilidade seria uma visita paga a sala de trofeus.
Obrigado pela oportunidade e saudações a todos os tricolores!
… Ao final do treino, não só meus filhos mas outros novos tricolores chamavam por alguns nomes, mas, infelizmente, foram ignorados. Daí, pensei, vamos tentar acesso pela entrada principal. Saimos então do estádio e caminhamos em direção a Rua Álvaro Chaves. Ao chegarmos, impediarm nossa entrada, mesmo contando que queria que meus filhos tivessem algum contato com os jogadores. Além disto, …
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… No último sábado, aproveitando o dia e o jogo treino marcado pela manhã, resolvi levá-los às Laranjeiras para assistirem pela 1a.vez, a um treino em nossa casa. Imaginem, que eles, já estavam criando expectativas de falar com um ou outro jogador. Chegamos ao estádio, entramos pela Rua Pinheiro Machado. Apesar de todas as bandeiras das torcidas organizadas presas ao alambrado, conseguimos assistir. Ao final do treino, …
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Caros amigos e amigas, costumo ler alguns blogs TRICOLORES mas, dificilmente escrevo. Mas, como passei por uma situação não triste, mas de desapontamento, resolvi compartilhar, já que insere neste contexto. Não sou sócio. Tenho um casal de filhos (4 e 7 anos) que da minha maneira, tento passar esta paixão e acho, que estou conseguindo; já assistiram alguns jogos no Maracanã, após a Copa do Mundo. No último sábado, …
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Paulo-Roberto Andel
Nos anos de 50 a 70, o pagamento de ingressos era suficiente para que os torcedores ficassem felizes com seus times cheios de craques.
A televisão virou o novo patrão, as torcidas se afastaram do estádio. O próprio Fluminense, há anos, dificilmente traduz nas receitas de arquibancada mais do que 7% do seu faturamento. Há quem diga: ora, a televisão paga mais do que a arquibancada cheia. Os custos de futebol aumentaram uns 3.000% nas últimas décadas.
Todas as grandes equipes europeias que hoje passam ao largo da crise econômica continental, todas, fizeram o grosso de seus torcedores em sócios. Eles é que passam por cima de querelas da vaidade, disputas políticas etc. Recentemente, a torcida tricolor testemunhou o fim de sua antiga relação de patrocínio, com todas as mazelas claras do neocapitalismo vigente, sem direito a conversa.
Enquanto isso, não se vê falar em crise em times brasileiros como Cruzeiro e Inter – este, sem depender da vassalagem financeira da Globo. Mas boa parte dos demais está à míngua.
O torcedor tem todo o direito de agir apenas como simpatizante. Mas se torna moralmente frágil quando cobra sem participar e tendo condições para tal. Então ele quer vitórias, títulos, craques mas não se oferece dentro desta empreitada? Vai ao Maracanã uma vez ou outra? Vai querer o que? Um mecenas que atenda todos seus anseios? Futebol é profissional, é negócio, envolve dinheiro e as folhas de pagamento não esperam.
Se o Fluminense tiver hoje 25 mil sócios, isso dorme entre 1% e 0,5% de seus torcedores. Faça o estrato sócio-econômico que fizer, um número pífio, fraco, que não traduz o tamanho da história. E hoje ser sócio do Fluminense é muito mais do que apenas colocar dinheiro, mas sim participar ativamente (para os que queiram) do processo político do clube. Decidir pelo que paga. Torna-se sócio quem quer, seria ótimo que o clube tivesse todos os tipos de planos, inclusive os mais populares.
Quando o torcedor em condições opta por não colaborar, não se associar, ele está em seu direito democrático. Mas o que o clube ganha com as falácias diárias da boquirrotagem na internet, isenta de contribuição? Absolutamente nada. E prevalece a conversa fiada, enquanto os problemas pipocam.
Difícil é equacionar a perda de 30 milhões anuais.