Hoje (ontem), não sei o porquê, veio à minha cabeça um texto meu antigo, aqui mesmo no Panorama Tricolor, sobre os gritos ou cantos da torcida em homenagem a jogadores do Flu. Aproveitei para revisitar o dia 26 de janeiro de 2013, data de publicação. Caso você tenha a curiosidade, basta clicar no link http://www.panoramatricolor.com/ue-linton-nem-por-rods/. Na época tínhamos grande expectativa depositada em Wellington Nem, que era saudado pela arquibancada com “Ué… linton Nem”. Longe de ser poesia, mas uma bela homenagem. Afinal, quantos podem se gabar da honra de ter seu nome gritado por milhares?
Não é apenas um gesto qualquer. A torcida tricolor gosta de fazer isso, tem a criatividade pra fazer isso e, acima de tudo, quer jogadores de quem possam gostar para fazer isso. Em tempos de homenagem ao Casal 20, como esquecer de “ão ão ão… na cabeça do negão” ou de “recordar é viver… Assis acabou com você”?
Em nossa história mais recente, no ano de 2008, vieram “ô ô ô ô ô… Cícerô” e “chora Eurico, o sonho acabou, Leandro Amaral é tricolor”. Salvo engano, Conca, Fred e Cavalieri foram os últimos a ganhar cantos personalizados. Mas a minha intenção não era simplesmente requentar o tema. Mas sim o que acontece nas arquibancadas há alguns meses: em geral, não se ouve mais nome de jogador nas arquibancadas. Ao menos não com força. Nem na escalação, nem em comemoração de gol, nem na substituição de quem fez uma grande partida.
Nosso Conquinha – merecidamente – é quase uma exceção e Fred conta com seu fã-clube habitual. Porém, nada que consiga se aproximar ao que foi um dia. Os gritos entoados pela massa são os que enaltecem somente o próprio Fluminense. A causa disso é de conhecimento geral: parte do time que encantava a todos, realizando partidas quase perfeitas, mostrou o que importava mesmo era o “faz-me rir”. Não bastava receber 80% de um salário quase milionário. Tentar negociar “bicho” era um pecado pior que xingar a mãe. Renovação só com aumento. Em troca da vergonha, a torcida decidiu que jogador que não honra as cores da camisa, não merece carinho.
E assim segue a torcida tricolor, com toda a razão, mesmo nessa disparada inesperada e a Libertadores no horizonte. O ato irresponsável (ou premeditado?) do Carlinhos na última sexta-feira apenas provou que as arquibancadas estão certas. Um jogador que, apesar das críticas, sempre contou com o carinho dos tricolores, especialmente no momento mais difícil de sua vida, mostrou que hoje pouco se importa com o Fluminense e seus torcedores.
Mediante tudo o que foi dito, volto à pergunta título da minha coluna de hoje: cadê o grito da galera? Prontamente respondo: em 2015. E afirmo que estamos doidos pra fazer isso.
ST!
Panorama Tricolor
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Foto: UOL