Talking to myself (por Mauro Jácome)

 Talking to myself

– Fabrício não, mamãe! Fabrício não! O cara teve uma atuação catastrófica contra o América-RN e foi um dos grandes responsáveis por um dos maiores vexames do Fluminense nos últimos anos.

– O Guilherme Mattis ainda não jogou!

– Sim, mas uma hora vai ter que entrar. Que seja agora!

– Mas, se falhar, pode se queimar logo na estreia…

– Pode, mas o Fabrício já está pra lá de queimado. Na primeira falha, a torcida vai desabar em cima dele. Tolerância zero.

– Mas, se o Guilherme falhar…

– A torcida vai dar um desconto porque sabe que é estreia. A não ser que erre sistematicamente. Tolerância cinco, talvez.

– Nesse aspecto você tem razão. E, também, se o cara tem mesmo a personalidade que demonstrou na primeira coletiva, que vá mostrar isso dentro de campo.

– Já que te convenci, me ajude a convencer o Cristóvão…

– Aí é difícil…

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– Outra questão que me incomoda, aliás, incomoda toda a torcida é essa diferença na forma de atuar conforme o adversário.

– Síndrome de Robin Hood…

– Aliás, tá ficando cultural.

– Em 2011 foi assim também. Não engulo aquelas derrotas para o América Mineiro.

– Se continuar assim, a vaga para a Libertadores vai pro espaço.

– Vai.

– Talvez, se descontassem dos megassalários esses pontos imperdíveis…

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– Impressionante a quantidade de faltas que os zagueiros cometem quando saem para o combate fora da área.

– Principalmente, o Elivélton…

– O Kleina, esperto, percebeu e colocou dois bons chutadores de longa e média distâncias: Léo Gago e Marcos Aurélio. Assim saiu o gol de empate do Bahia.

– Por que os zagueiros saem tanto?

– Inexperiência, falha de comunicação dentro de campo, afobação…

– Tem solução?

– Com o Marlon é fácil: orientação. O Elivélton, acho, nem assim…

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– Viu o público no jogo em Brasília? Decepcionante…

– Menos de 10 mil.

– E o time vinha de uma bela vitória no Morumbi…

– Em Brasília, o Fluminense tem uma grande torcida. Será que a instabilidade do time afastou o público?

– Conversei com vários tricolores que não foram ao jogo e o motivo não foi esse.

– O que alegaram?

– Preço dos ingressos.

– R$ 70,00? Não é tanto assim.

– É, mas muitos levam os filhos, a mulher… Aí, dobra, triplica. Ainda tem a cerveja, o cachorro quente…

– Dá uma boa graninha mesmo.

– Por baixo, 150 paus.

– Assim, o futebol fica mais para a TV. Guarda-se o dinheiro para aqueles jogos mais importantes. 

– E tem jogo que não vale 10 reais…

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

Imagem: www.osmais.com

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