A gente espera quatro anos pela Copa do Mundo. E ai, o dia chega. Uma abertura sempre dispensável, sem graça, para aumentar a agonia da espera pelo 1o jogo. E ai, rola o primeiro jogo. E no dia seguinte, o segundo, o terceiro e o quarto.
Então, facilmente, você se acostuma a três jogos por dia. Um atrás do outro, com intervalo de uma horinha entre eles. Até as nove da noite. Um orgasmo futebolístico. E essa Copa produziu partidas maravilhosas, mesmo quando os nomes das seleções envolvidas não eram lá de grande estirpe. Suiça e Equador, Estados Unidos e Gana, Argélia e Coréia do Sul, Argentina e Irã foram alguns exemplos de grandes jogos para os quais ninguém (eu) dava um tostão furado.
E ai, quando você está perfeitamente adaptado a esta maravilhosa rotina, a própria Copa se encarrega a lhe dar um choque de realidade. Em uma semana, atinge-se a metade dos 64 jogos. E então, para evitar as tramóias ocorridas em Copas passadas, os grupos têm jogos simultâneos. Quatro partidas por dia, duas de cada grupo, disputadas no mesmo horário.
Sempre pensei em colocar duas tvs uma ao lado da outra para conseguir ver ambos. Mas nunca consegui. Antigamente os aparelhos de tv eram trambolhos intransportáveis e as emissoras transmitiam só um dos jogos. Depois surgiram as tvs a cabo e o problema mudou. As tvs normalmente são fixas na parede. Mas mesmo não sendo, não há dois pontos de cabo juntos. Internet talvez fosse a solução, mas você chega à conclusão de que não vale a pena e desiste do segundo jogo.
Quatro dias depois, dezesseis jogos foram jogados. Atingimos o jogo 48. Três quartos da Copa.
Chegaremos então no dia 27 de junho de 2014. Sexta-feira. Zero jogos. Depressão. Ressaca. Choque de realidade. O mundo não será mais uma bola. Até será. Mas ninguém vai chutá-la.
Emendaremos então nas oitavas de final, round of 16, como dizem os ingleses. Dois jogos por dia, todos decisivos. Provavelmente virão as disputas de pênaltis.
O tempo passa. A bola passa. Pena que é tão rápido. Aproveitemos.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri