Quando entrei no bar, havia uma solidão enorme. Não havia meus amigos, meu amor, um cheiro triste de ribalta a cortinas cerradas, amor infinito, nem sei direito a razão. Coisas que se sente sem explicação.
Em campo, o Fluminense com mais uma escalação diferente: Jean e Rhayner de volta, Biro-Biro efetivado, Euzébio na defesa. Do outro lado? Valter, perigoso, e… Davi… um dos eternos eleitos de Renato Gaúcho, ao lado de próceres como Marciel e Ygor.
O Fluminense começou bem nos primeiros quinze minutos, puxou as ações. Sobis acertou um bom chute rechaçado pela defesa. O Goiás acertou um bom cruzamento, cortamos. Bem-arrumado, fechado, coisa do bom Enderson, que salvou nosso primeiro semestre em 2011.
Logo depois, Biro-Biro levou um sarrafo na esquerda, risca da área. Sobis acertou a barreira. Não era mais o time apático da eliminação na Copa do Brasil. Mas as finalizações eram escassas: ficavam no quase, o quase, esta linda e às vezes frustante palavra da língua portuguesa.
Aí foi a vez de Cavalieri defender um de seus quase-pênaltis, num tiro à queima-roupa de Roni. Para quebrar a solidão, um flamenguista chato do inferno e sua esposa com baixíssimos teores de beleza, ambos secando até cobrança de lateral. Tsc, tsc… dava até pena de lembrar de 1995.
Cavalieri salvou outra, mas aí a luz apagou na bobeira que resultou no gol do Goiás, com William Mateus, corta-luz involuntário de Gum. Depois Bruno ainda fez uma bela jogada, sucedida por um cruzamento pluft – levou cartão, não enfrenta o Botafogo na próxima quarta. Ficou nisso. Mais do mesmo. Reconstruir no intervalo para tentar a reabilitação. Mas foi um primeiro tempo equilibrado.
Na volta, Igor Julião em lugar de Bruno, mais Eduardo versus Diguinho, Jean mais recuado. E ele mesmo finalizou na trave direita, bola normal nas costas de Renan e o empate. O Flu voltou para decidir e reconduziu justiça ao marcador.
Rhayner sofrendo faltas, Sobis com a luta de sempre, Jean em jornada muito superior à média do ano. Para melhorar a qualidade do passe, Felipe veio a campo. Mais bolo, mais dificuldade.
Quem espera sempre alcança: a sete minutos do fim, a arrancada do garoto Biro-Biro foi premiada – Sobis, aríete da raça, finalizou como fuzileiro e emplacou a virada.
Tentei ver a turma boa do Flu nas arquibancadas. A TV não deixou. Daomanda eu consegui, de camisa laranja, que bom! E algumas outras belas garotas com camisas dos dois times. E não é que meu amor chegou? O flamenguista resmungão saiu cabisbaixo.
Ah, vida que escorre num sábado frio de primavera.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1184&idProduto=1216