Salvo casos muito especiais, uma partida de futebol que termina com o placar de nove a zero não pode ser levada em consideração para diversos aspectos. O tático, certamente. O técnico, somente deve ser analisado se descolado dos confrontos. Sem contar o físico. A fragilidade do perdedor facilita, imensamente, as coisas.

No entanto, determinadas características dos jogadores independem de adversário. Nas primeiras partidas da Copa São Paulo de Futebol Junior, dois garotos do Fluminense me chamaram a atenção: Ikaro e Pedro.

O primeiro é um desses “volantes/meias” modernos, que joga entre as duas intermediárias. Ao ser atacado, recua e compõe o bloqueio à frente da área. Na hora de atacar, busca a bola com os zagueiros e avança para o campo adversário, trocando passes com os laterais e com quem estiver no meio. Perto da área alheia, consegue enxergar companheiros bem colocados e oportunidades de conclusão a gol. Há alguns anos, via essas qualidades no Higor, mas, infelizmente, o meia não vingou. Está perambulando por aí sem se firmar.

No atacante Pedro, as características que mais me chamaram a atenção foram: o porte físico, principalmente a altura e pernas longas – que permitem imprimir boa velocidade – e a objetividade quando parte rumo ao gol. Lembrou-me o Gérson, que está na Seleção Sub-20, em preparação para o Sul-Americano.

Ikaro e Pedro são promessas e não devem ser utilizados por Cristóvão Borges em 2015. No entanto, tem um menino que gostaria de ver entrando aos poucos: Robert. Acho que Robert tem condições de ser encaixado no grupo que sempre entra ao longo dos jogos. Inclusive, o longo estadual permite experiências porque é o laboratório ideal para isso. O problema é que o técnico tricolor não tem muita criatividade nesse aspecto: sempre entram os mesmos. O tempo vai passando e as oportunidades, coisa essencial no futebol, vão se perdendo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

Foto: SporTV