Como o título da coluna anuncia, quero analisar o futebol do Fluminense em 2014. E que 2013 vá para o inferno!
Mas é óbvio que o ano de 2013 deixou um legado duro para o Fluminense. A irresponsabilidade e a leviandade com que a imprensa tratou a questão do julgamento geraram sérias consequências para o Fluminense. Especialmente em 2014, sofreremos pressões absurdas no Brasileiro quando jogarmos na casa dos adversários. Temo, inclusive, pela integridade física dos nossos torcedores, jogadores e comissão técnica.
Acredito também que haverá pressões internas e externas na CBF e na comissão de árbitros para que sejamos prejudicados no que for possível. É bom que o Fluminense esteja muito atento, a começar pela montagem da tabela do campeonato. Os olhos dos juízes funcionarão como olhos de lince quando os lances nos forem desfavoráveis, e como os do Mr. Magoo, quando em nosso favor. Se nunca contamos com a simpatia ou boa vontade de ninguém, a partir de 2014 seremos perseguidos por todos.
Portanto, é preciso que o planejamento para 2014 já tenha começado e que seja muito bem feito. Nosso departamento de futebol, nas figuras de Rodrigo Caetano e Abel e na omissão de do presidente Peter, errou muito feio em tudo o que fez no ano de 2103.
Não há espaços para mais erros ou dúvidas. O planejamento desse ano precisa ser feito com todo o cuidado e, principalmente, dispondo de um bom quantitativo de dinheiro para contratação de jogadores. Tenho certeza que Peter e Celso Barros têm ciência disso e que o Fluminense vem forte em 2014.
É imperativo que o planejamento comece com ações em relação ao número de contusões e ao tempo de recuperação dos jogadores. Não sou especialista da área, mas é óbvio que muita coisa está errada. Esse é um problema que se arrasta há anos em Laranjeiras e que se agravou em 2013. É necessário que sejam feitos diagnósticos completos e profissionais nos departamentos de preparação física, médico e de fisiologia do clube. Ao lado do péssimo planejamento, sem dúvida, as contusões tiveram influência decisiva no ano horroroso que tivemos.
Se o problema é de profissionais, que eles sejam trocados. Já se o problema é o gramado ou o piso de Laranjeiras, que não mais se treine lá e se alugue algum espaço, até que o CT tenha sido entregue. Certamente o aluguel de qualquer espaço vai sair infinitamente mais barato do que o prejuízo gerado por ter um sem número de jogadores machucados durante longos períodos.
Não entendi o porquê de o clube não renovar o contrato do Dorival Júnior. Na medida do possível, ele realizou um bom trabalho. Vale lembrar que dos 5 jogos em que esteve à frente do Fluminense, venceu 3 e empatou 1. Portanto, conseguiu 10 pontos em 15 e foi disparado o treinador com melhor média de aproveitamento, entre os 3 que treinaram o Fluminense, no ano de 2013.
Obviamente vou torcer para que Renato Gaúcho realize um grande trabalho e nos leve a muitos títulos, mas não gostei da sua contratação. O seu jeito de expor jogadores em suas entrevistas faz com que seu trabalho tenha prazo de validade, pois o seu desgaste com o grupo não tarda em acontecer. Espero que seus últimos trabalhos lhe tenham trazido maior experiência e que tenha aprendido que os problemas e erros devem ser tratados internamente, sem jogar para a galera.
O planejamento, no que concerne aos jogadores, começou bem, mas preocupa. Como fatores positivos temos a chegada de Conca e o expurgo dos 3 piores nomes do ano de 2013: Edinho, Anderson e Rhayner. Por outro lado, há ainda outros tantos que gostaria de ver longe das Laranjeiras, mas não estou vendo movimento nesse sentido e, em alguns casos, há quase a confirmação de que continuarão. No grupo dos jogadores que deveriam engrossar a barca de fim de ano estão: Diguinho (pelo amor de Deus!), Gum, Leandro Eusébio, Bruno (pode, no máximo, ser um reserva), Wellington Silva, Valência (seria até titular, mas não dá para apostar mais um ano em sua musculatura), Wagner (é somente um bom reserva, mas acho caro para isso), Felipe (pela idade) e Marcelinho.
Preocupa-me muito também o que pinta como a segunda contratação do ano, o tal de Rochemback. Depois de 3 anos torcendo para o Edinho sumir das Laranjeiras, acho que a contratação de Rochemback, já com 32 anos, trará para o time a mesma falta de velocidade que havia com o antigo cabeça-de-área, mesmo que o possível contratado tenha muito mais habilidade que o antigo (o que não quer dizer muita coisa).
Dos atuais jogadores, apenas Cavalieri, Carlinhos, Jean e Fred devem compor o time titular do ano que vem. Com a excelente contratação de Conca, sobram 6 vagas que precisam ser preenchidas por jogadores advindos do mercado e esses nomes não podem, de forma alguma, ser do nível ridículo dos que vieram em 2013.
Sóbis é um caso à parte. Gosto muito do jogador e do seu espírito. Mesmo nos piores momentos do ano, esse jogador doou-se até a última força que possuía. Mesmo tendo um excelente chute de média e longa distância, seu estilo de jogo não permite que seja titular, pois é muito lento para funcionar como segundo atacante e, por outro lado, Fred é absoluto na posição de atacante de área. Como é premente que tenhamos um jogador de qualidade para ser o reserva imediato de Fred, já que sabemos o quanto nosso camisa 9 se machuca e teremos, ainda, o agravante de seu afastamento para Copa do Mundo, Sóbis seria, então, uma boa solução para essa função.
Dos garotos que subiram da base, Biro Biro e Rafinha talvez tenham condições de assumir duas das 6 vagas que deixei em aberto. Mas, para isso, principalmente o Rafinha precisa treinar bastante alguns fundamentos. Biro Biro, com um meio de campo de criatividade e que saiba municia-lo com qualidade, como é o caso de Conca, deve subir muito de produção.
Os zagueiros Elivélton e Wellington Carvalho continuam sendo incógnitas. Apenas estranho que, mesmo com o nível horroroso de zagueiros que tivemos em 2013, nenhum deles tenha sido testado. Se não jogaram com nenhum treinador ao longo do ano, parece-me que ambos não estão à altura do Fluminense. Mas repito, pra mim ainda são incógnitas.
Igor Julião tem algum potencial, mas não tem condição de ser titular. Precisa, sobretudo, adquirir muita massa muscular. Seu setor foi sempre uma avenida quando ele esteve em campo. Nitidamente não tem força física para disputar as jogadas. Ronan parece que padece do mesmo mal de Julião, com o agravante de que não conseguiu terminar uma partida sem sentir cansaço ou algum músculo.
Willian, Robert e Kennedy devem ser trabalhados. Podem funcionar como reservas e serem utilizados em alguns jogos. Willian é o que parece estar um pouco mais maduro, por outro lado, Kennedy e Robert parecem ter mais potencial de crescimento. Kennedy talvez tenha sido o menino mais queimado nesse ano e Robert pouco entrou em campo.
Na lista de dispensa dos jogadores que vieram da base, incluo Fábio, Digão, Eduardo, Samuel e Marco JR, esse último porque compete com Valência e Fred na posição de quem fica mais tempo no departamento médico. Michael é outro que colocaria nessa lista, mas como existe a questão da recuperação de um vício, a recuperação do cidadão, deve ficar no clube.
Para dar uma resposta definitiva a todos, é imperativo que o ano de 2014 seja de glórias. Então, presidente Peter, assuma sua responsabilidade com o futebol do Fluminense e torne-o novamente forte em 2014. Em 2013, a torcida foi o único aspecto positivo ligado ao futebol do clube e provou, mais uma vez, que merece viver muitas e muitas alegrias.
Panorama Tricolor
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Foto: http://oglobo.globo.com/
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Caro Marcelo, pra variar concordo com seu pensamento. Tenho que fazer muita força para ser otimista pro ano que vem, visto que as vindas de Renato Gaúcho e Fabio Rochemback (esta confirmada pelo twitter do Beto Meyer) me desanimam demais. O pior é ouvir da Radio Globo que o Flu teria interesse em Luiz Antonio, dos mulambos. Seria piada ou querem repetir 1997?? De qualquer forma vamos continuar torcendo. Feliz 2014 a vc e sua familia. ST.