Não há dúvidas: a Copa do Mundo no Brasil está absolutamente fantástica. Um show de organização, um show das torcidas, principalmente as sul-americanas que invadiram o Brasil, jogos incríveis, uma fartura de gols, enfim, um deleite para os apaixonados pelo esporte mais apaixonante do mundo.
O governo resolveu intitular a Copa de “Copa das Copas”. Acho justo a propaganda oficial. Ainda mais depois que a “viralatice” tomou conta de boa parte da imprensa e dos brasileiros que anunciaram que a Copa no Brasil seria um desastre. Não foi. Não está sendo. Não será. Eu diria, matematicamente, que é isso que eles anunciaram elevado a menos um.
Mas esta Copa não superou a Copa de 1982. Das que eu vi a maior de todas, futebolisticamente falando. Nunca uma Copa reuniu tantos foras de série juntos distribuidos pelas mais diversas seleções e tantos craques entre elas.
De cabeça, vamos lá:
– Argentina com Maradona, Fillol, Ardiles, Passarela, Ramon Dias e Tarantini;
– Alemanha com Schumacker, Breitner, Schuster, Foster, Litisbarski e Rumenigge;
– Bélgica de Ceulemans, Geretz e Vandenbergh;
– Brasil com Sócrates, Falcão, Zico, Eder e Leandro;
– França com Platini, Giresse, Genghini e Tigana;
– Itália com Zoff, Altobelli, Paolo Rossi, Bruno Conti, Scirea, Antognoni
– Polonia com Boniek e Lato;
– Inglaterra com Shilton e Keegan embora esse quase não tenha jogado;
– Austria com Schachner;
– Iugoslávia com um monte de ic no final dos nomes;
– Argélia tinha Madjaer;
– Peru com Quiroga, Uribe e Cubillas
– Camarões do goleiro N´kono e de Roger Milla.
Uma constelação de craques jogando futebol ofensivo e onde uma seleção que não foi bem na primeira fase sagrou-se campeã: a Itália.
A seleção brasileira, tida como a melhor daquela Copa e com craques em todas as posições, sucumbiu diante da Itália após ter dado um chocolate na Argentina de Maradona e companhia. Porém, em erros individuais despediu-se da Copa e foi pela primeira vez que chorei por futebol. Depois só choraria de novo 26 anos depois, sozinho em casa, três dias depois do Fluminense ter ganho da LDU por 3×1 e não ter levado a taça Libertadores naquela final épica.
Outro episódio que me lembro daquela Copa é que quase fui expulso do Colégio São Bento por, na hora do recreio, sair do colégio para comprar chiclete Ping-Pong e suas figurinhas da Copa que vinham nos chicletes. Traquinagem de pré-adolescente.
Aquela Copa foi, de fato, absolutamente fantástica e me ajudou ainda mais a me apaixonar pelo futebol.
Voltando a 2014, esta Copa está igualmente espetacular. Ainda mais por ser no Brasil e estarmos recebendo estrangeiros do mundo inteiro numa confraternização que só o futebol é capaz de fazer, embora estejam ocorrendo brigas também.
Se em 1982 eu só amava jogar futebol e brincar no play do prédio onde eu morava e na casa dos meus avós no subúrbio do Rio de Janeiro, em 2014 reenconrei meu grande amor. Enfim, dois anos fantásticos.
Escrevo após assistir a mais um jogo fantástico: Alemanha x Argélia. Que só foi decidido na prorrogação e onde os africanos encararam de igual para igual os favoritos europeus.
O Brasil, diferente de 1982 está claudicante. Quem sabe aí não esteja o segredo para o título. Se naquela Copa entramos como favorítissimos e vínhamos mostrando isso durante os jogos da Copa, nesta, entramos como favoritos mas o futebol apresentado está longe de justificar esse favoritismo. Talvez isso seja bom. Terá que ser na marra.
Alemanha e Argentina estão apresentando um melhor futebol do que o Brasil. Alemanha tem o melhor conjunto, melhor jogo e Argentina tem Messi ladeado por uma série de bons jogadores.
O melhor jogo de Copa do Mundo que assisti foi a semifinal Alemanha x França de 1982. Não é que nesta Copa teremos um Alemanha x França, só que pelas quartas e no Rio de Janeiro? E se as duas seleções não possuem os craques daquela Copa, estão jogando muito bem.
A Itália, diferente de 1982, já se despediu da Copa.
Espero um final melhor para o Brasil em 2014 do que em 1982. Espero o título e de preferência, em cima da Argentina. Será antológico assistir o Thiago Silva, tricolorzaço, ídolo em Laranjeiras, levantar a taça e o tricolores Fred, Marcelo serem campeões do mundo e o tricolorzaço Parreira, tri campeão mundial.
Torço para que tudo dê certo e a Copa continue sem incidentes mais graves.
A Copa de 1982 para mim foi a melhor.
Eu diria que foi hors concours.
Então se a de 1982 foi a Copa Hors Concours, a de 2014 pode ser a Copa das Copas se não existisse a de 1982. Vocês entenderam, né?
Obrigado, Brasil!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @mvinicaldeira
Imagem: pra
Entendi!
SSTT4!!!!