“Nas situações de rotina, um ‘pó-de-arroz’ pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de números, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.”
Essa frase é do maior tricolor de todos, Nelson Rodrigues, e a torcida do Fluminense adora repeti-la com orgulho por entender que o gênio afirmara que na hora que se precisa da torcida tricolor, ela comparece.
Pois bem, eu entendo a frase de outra maneira. Nelson já percebia que a torcida do Fluminense não era muito de ir ao estádio e só ia na boa, quando o time estava bem e disputando título. Ou seja, Nelson Rodrigues já detectava, há décadas atrás, a tricolebagem explícita.
E infelizmente é assim mesmo!
Vamos ser honestos: quando mais se precisa de sua torcida, o Fluminense não a tem. Apoiar só quando o time está bem, disputando título é mole, fácil e cômodo. Apoiar no dia a dia, independente da posição na tabela de classificação ou quando o time vai mal, é que eu quero ver.
O pior é quando o time vai bem e por algum motivo a torcida cisma que está mal. Ano passado foi assim. Time rumando ao título e a média de público ridícula, não condizente a quem se aproximava do tetracampeonato. Eu sei que vai ter gente esbravejando, mas verdade seja dita: os jogadores e o Abel ganharam aquele título praticamente sozinhos, em boa parte praticamente sem ajuda da torcida que, aliás, atrapalhou mais que ajudou.
Sorte que o Fluminense tem os dez mil maníacos de sempre. Aqueles que estão em todos os momentos do clube, estando ele bem ou mal.
Foram eles que tiveram em 2008 no jogo seguinte a perda da Libertadores para apoiar o time, mesmo com toda tristeza e decepção.
Foram eles que estiveram naquele Fluminense e Atlético Mineiro em 2009 com chuva em que o Fluminense muito mal e quase rebaixado arrancou para uns dos maiores feitos futebolísticos de um clube brasileiro. A torcida enche a boca para dizer que foi em peso na reta final daquele campeonato, mas esquece de dizer que só o fez por que a diretoria à época colocou os ingresso a módicos R$ 5,00.
Foram os 10.000 que nunca deixaram de acreditar no título de 2012 e se fizeram presentes durante todo o campeonato e não apenas na reta final.
Foram esses maníacos, loucos e insanos – pelo Fluminense – que estiveram quarta-feira no Maracanã, no horário absurdo imposto pela TV, que detém os direitos de transmissão e que nasceu de benesses da ditadura militar, para apoiar o time que está claudicante este ano. Apoiaram e viram um time com outra atitude em relação ao Fla-Flu! A vitória não veio, mas o time em campo a merecia, os 10.000 mereciam.
Esses dez mil maníacos continuarão apoiando este ano. Chova ou faça sol! Caso o time melhore ou piore! E será assim até o fim de cada existência de cada um deles, com Unimed ou sem Unimed, na Libertadores ou na Série F! Não importa nada: o passado, as alegrias, os títulos, os ídolos, as cores e a paixão são o que mais importa! O resto é consequência.
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Eu mudaria a frase:
“Nas situações de rotina, os 10.000 maníacos ‘pó-de-arroz’ irão ao estádio, enquanto os tricolebas podem ficar em casa abanando-se com o Pay-per-View. Mas quando o Fluminense vai bem, acontece o suave milagre: os tricolebas vivos, doentes e mortos aparecem. Os tricolebas vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.”
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Voltando para casa ontem, peguei o metrô após o término da partida em que o Botafogo deixou escapar a vitória no último minuto.
Eis que um botafoguense lamentando o infortúnio solta o seguinte:
“Não podemos perder pontos assim. Sorte que os times grandes estão lá embaixo”!
E eu soltei um risinho interior regojizando-me com aquilo!
Marcus Vinícius Caldeira
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Foto: PRA
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1184&idProduto=1216
Seria delicioso arrancar um dinheiro desse otário, cabe um processo fácil:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2013/08/em-rede-social-ex-dirigente-do-fla-ironiza-presidente-do-flu-chorao.html
Entrevista emocionada de Peter Siemsen falando sobre a sacanagem da PGNF (principalmente a partir do minuto 28):
http://radioglobo.globoradio.globo.com/futebol-clube/fluminense/2013/08/17/PRESIDENTE-PETER-SIEMSEN-SE-DIZ-HUMILHADO-E-CHORA-AO-EXPLICAR-SITUACAO-FISCAL-VIVIDA-PEL.htm
OFF:
Estava dando uma olhada nos amistosos da seleção, e vi que o Brasil jogará no dia 10/09 contra Portugal, e haverá rodada do Brasileirão nos dias 11 e 12/09 (o Fluminense enfrenta o Atlético/PR em Curitiba e os dias exatos a CBF ainda não definiu). Seria bom a diretoria se movimentar junto à CBF, para que o jogo do Fluminense seja dia 12/09, aí poderia contar (caso sejam convocados, como é muito provável) com o Diego Cavalieri, Jean e Fred.
Breno, esqueça, não é do feitio do Fluminense pedir liberação!
Caldeira, mas não é pedir liberação, é para o jogo do Fluminense ser marcado para quinta, como o jogo da seleção é dois dias antes, daria pra eles enfrentarem o atlético/pr, se for quarta, não vai dar.
ST
Eu pensei que fosse o unico maluco a sair de casa pegar um frio e chuva com pouca esperança de assistir o meu time jogar bola,qual foi a minha surpresa tinham mais 10.000 loucos como eu.Agora por favor gostaria de saber como um estádio em que foi gasto mais de 1 bilhão chove na cabeça dos torcedores
Mauro, esta pergunta eu me fiz também! Incrível, né?