Se não fosse Xerém… (por Paulo Rocha)

A administração anterior à atual deixou o Fluminense em frangalhos. Cheio de dívidas, sem dinheiro para investimentos. Não fosse Pedro Antônio ter construído o CT “na marra”, o legado seria amplamente nefasto. E o panorama só não se tornou mais desolador em razão do trabalho desenvolvido em Xerém.

Pensávamos que, num futuro próximo, Xerém nos abasteceria de jogadores, com os quais montaríamos elenco e, vez por outra, quando a necessidade exigisse, servissem como ativos para que o clube obtivesse lucro e conseguisse tocar o futebol profissional. Pois todas essas etapas foram antecipadas para o presente.

O que seria de nós, hoje, se não houvesse Xerém? Sequer teríamos time para colocar em campo nas partidas do dificílimo Campeonato Brasileiro. Não seríamos páreo nem para nossos rivais caseiros. Amargaríamos mais vergonhas daquelas que nos esforçamos para esquecer.

Eu sei é que dá um orgulho do caralho ver o time com sete, oito jogadores formados em casa. Alguns destes garotos foram jogados às feras e se saíram bem; outros não. O importante é que temos uma fonte de água clara na qual, sempre que sentimos sede, podemos beber.

Lembro do time campeão carioca de 1980. Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Edinho e Rubens Galaxe; Deley, Gilberto e Mário; Robertinho, Cláudio Adão e Zezé. Destes, apenas Gilberto e Adão não saíram das categorias de base tricolores. E olha que, nessa época, Xerém sequer existia. A molecada treinava nas Laranjeiras mesmo ou em campos alternativos.

É uma aposta arriscada usar os meninos? Sim. Mas se você estiver disposto a fazê-la, procure um treinador que saiba lidar, mais que isso, lapidar novos valores. Como Nelsinho Rosa foi em 1980 e como Abel Braga vem sendo agora – outra faceta de sua vitoriosa carreira. Estar em boas mãos é fundamental. O sucesso pode vir antes do esperado.

Por tudo o que falei, faço um pedido: caso negociem alguma de nossas jovens crias, que o façam por um preço à altura do talento deles. E que seja usado com sabedoria o dinheiro arrecadado. De preferência, dando a Xerém a estrutura necessária para que, cada vez mais, seja uma fonte de talento para o Fluminense.

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Conto os dias para que Sornoza retorne e nos devolva a criatividade do meio-campo. Isso porque, a do ataque, parece ter voltado. Wellington é um jogador vital para nossa equipe. No começo do ano, quando o Fluminense encantou a torcida com um futebol envolvente, nosso camisa 11 era o principal expoente da equipe.

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Jogando em casa, com o apoio de sua torcida, o Bahia é um duro adversário. Temos que usar de muita inteligência para voltarmos de Salvador com três pontos. Importante Dourado retornar nesse jogo. Ele tem se mostrado o principal orientador dos garotos dentro de campo.

Panorama Tricolor

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Imagem: idixi