Amigos, amigas, tem algo muito estranho acontecendo em Xerém. Vamos tentar raciocinar sobre essa questão.
A versão corrente sobre a evasão de jovens valores formados em Xerém dá conta de que há uma sublevação desses rapazes. Por alguma razão desconhecida, esses talentosos meninos, ao chegarem ao limiar de sua preparação, têm como único objetivo sacanear o clube que a eles proporcionou uma oportunidade maravilhosa de uma vida de estrelato e riqueza.
Segundo essa versão, estamos formando verdadeiros monstros, que, ao chegar à proximidade da idade adulta, tudo que têm em mente é ferrar com a vida de quem abriu para eles todas as portas.
Se é esse tipo de gente que estamos formando, é melhor parar tudo e montar uma pizzaria. Mas só um tolo é capaz de acreditar que o Fluminense forma jogadores para o apunhalarem pelas costas.
Vamos pensar com racionalidade. O jogador de destaque chega aos 18 anos como grande promessa. O Fluminense propõe uma prorrogação de contrato por mais três anos. O sujeito entra em campo, usufrui de uma vitrine poderosa. A multa é de R$ 200 milhões.
Se esse cara é vendido, o Fluminense ganha com a venda, o jogador ganha com a transferência para um mercado em que pode ganhar muito dinheiro. O empresário, que tem 10% dos direitos econômicos do atleta, ganha sua fatia milionária de R$ 20 milhões.
Ora, se nós temos uma situação em que todo mundo sai ganhando, como é que alguém joga para uma das partes, o Fluminense, não ganhar? Quer dizer que estamos formando moleques agenciados por escroques e isso é uma cultura no clube?
Não é a vocação de Xerém formar homens honestos, honrados? Como pode o Fluminense formar jogadores que têm como único propósito sacanear quem os preparou para o sucesso e a prosperidade?
As histórias vão se acumulando e as explicações piorando. É ridícula a publicação de que o presidente do clube foi à CBF reivindicar uma mudança da lei da Fifa. Qualquer idiota sabe que nesse assunto a Fifa privilegia os clubes europeus. Da nossa parte, só o que pode promover transformações é jogo pesado de todos os clubes unidos, não uma iniciativa individual de um único clube.
De mais a mais, cabe a um clube que produz riquezas como nenhum outro no planeta buscar formas de protegê-las, independente de qual seja a legislação vigente. Essa conversa já deu. A torcida do Fluminense tem que acordar.
Nós já fomos o maior clube do mundo! Não podemos nos contentar com as migalhas do que nós produzimos com nosso suor.
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Enquanto isso, segue o nosso time profissional surpreendendo. Teremos uma rodada chave amanhã. O Fluminense recebe o Atlético MG e o São Paulo enfrenta o Ceará. Dependendo dos resultados, podemos ultrapassar o São Paulo, entrar no G-4 e colar um ponto no Atlético MG, que é o terceiro.
Eu faria apenas uma substituição, trocando Lucca por Michel Araújo. Ganharíamos tecnicamente sem perder a intensidade no jogo. Até porque Lucca ocupa a função que era de Araújo.
Apesar do bom momento de Nenê e Fred, que vêm agregando tecnicamente ao time, ainda me parece pouco racional manter ambos como nossos homens mais avançados, sacrificando os ponteiros, que precisam fechar a linha intermediária de marcação.
Precisamos de pelo menos um jogador mais à frente que tenha velocidade para dar opção de contragolpes. Ou o time joga com as linhas avançadas o tempo todo, o que exigiria muito treino para promover a organização tática necessária para isso.
De qualquer forma, vamos torcer, porque podemos terminar o ano com uma vaga na fase de grupo da Libertadores até mesmo terminando no quinto lugar atual, mas será necessário que o time continue evoluindo.
Saudações Tricolores!
Muito coerente o texto!