“Uh, vem que tem, é os moleque de Xerém!” (por Edgard FC)

Xerém, muito popularmente difundida em nossa cultura por ser sítio de um dos cantores mais populares do Rio e do Brasil, Zeca Pagodinho, que sempre fala do lugar e o carinho que tem por ele. Mormente ampliada e significada por ser a fábrica de craques do Fluminense, desde os idos da década de 90, onde submergiu o FLU nas masmorras do futebol brasileiro, e como Dante, de lá emergiu mais provido e desprovido.

O termo xerém também estampou por anos e anos e anos, por influência portuguesa, as embalagens de uma certa farinha de milho do Rio de Janeiro, com sede em Campo Grande, bairro referência da Zona Oeste que abriga um dos estádios que resiste às ruínas que se tornaram os campeonatos e clubes de expressão regional.

Vou me ater a Xerém do Fluminense. Mas aqui começa o papo, é do Fluminense? Foi feita para servir ao Fluminense ou é mais um empreendimento moderno que se serve do Fluminense? Não vou trazer aqui planilhas, valores, dados e fatos públicos e notórios, nem tampouco farei papel de Portal da Transparência do clube, pois este cabe a outras pessoas que pleitearam nossos votos e assim ocuparam e ocupam os cargos que orientam orçamento e assinam os cheques. A eles devemos direcionar todas as nossas cobranças, nossos questionamentos e deles (mesmo que não queiram) devemos esperar respostas. Vou aqui instigar nossa curiosidade e inteligência.

Cá entre nós, qual jogador, craque, exímio, bom de bola mesmo, formado em Xerém tem ou teve carreira farta de títulos, vitórias e gerou alegrias em campo com a camisa do Fluminense, por longo tempo? Ainda, qual jogador ou conjunto de jogadores, após investidas do Mercado da Bola, foi negociado e com os fundos ($$$) possibilitou ao FFC reduzir suas dívidas e pavimentar sua estrutura? Ou, como sempre nos disseram os gestores, fez com que pudéssemos segurar alguns destaques? Eis uma lista recente dos que ficam, nada agradável: Reginaldo, Mateus Pato, Pablo Dyego, Frazan, Caio Vinícius e outros que seria difícil descrever de tantos que seguem tendo seus contratos renovados, entra gestão sai gestão, e constantemente emprestados, com o discurso de que vão se valorizar e o torcedor ainda vai agradecer por isso. Piada.

Seria Xerém o paradoxo para que o torcedor vislumbre um mundo melhor?

Anestesiemos nossos anseios?

Acalmemos os batimentos cardíacos ao ver entrar sob as três cores que traduzem tradição, Felippe Cardoso, Rafael Ribeiro, Hudson, Lucca, Danilo Barcelos (isso para ficar nos exemplos bem recentes) enquanto pedimos pelos Moleques de Xerém em campo? Nos trazem decadentes adjacentes empresariados pelos sócios nas vendas dos jovens, revelados e tratados ao pé da Serra, famosa outrora por cuidar de revisões de motores aeroviários e onde caminhões foram produzidos, mas que hoje é famosa por garimpar e fabricar as joias que tanto exaltamos e gostamos de bater no peito e dizer aos quatro cantos, confins e três ventos da Terra, como nossas, como o meu precioso.

Mas e aí? Vos e nos repito a solene pergunta, é nossa? É do Fluminense?

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