Volta Redonda 0 x 2 Fluminense: atuações (por Mauro Jácome)

mauro jácome panorama green

ENTRANDO EM CAMPO…

Incrível como o Fluminense não consegue viver em paz. Quando a fase não está boa, a própria crise torna as Laranjeiras num vulcão ativo. Quando as vitórias passam a fazer parte do cotidiano, alguém fica incomodado, joga gasolina nas paredes da bela sede de Álvaro Chaves ou amarra umas dinamites em volta do corpo e corre de um lado para outro com um fósforo por acender. Daí, surge um chavão muito identificado com o Fluminense: adora perder para si mesmo. Segundo as notícias que pipocam – ou explodem -, Fred não quis mais se sujeitar ao comando de Levir, pegou o boné e só volta na terça-feira para saber se suas exigências foram atendidas. O técnico, ao que parece, não contava mesmo com o atacante e ídolo para este jogo, mandou o “onze” que se acostumou a ver entrar em campo.

DIEGO CAVALIERI

Falhou numa saída de gol no finzinho do primeiro tempo e quase entregou o empate. Depois, mesmo com o Volta Redonda chegando com perigo, o goleiro praticamente não fez nenhuma intervenção.

JONATHAN

Segurou atrás para não abrir espaços nas costas. Ótima jogada no primeiro gol, ao passar com consciência para Magno Alves. Sentiu a coxa e saiu no começo do segundo tempo. A torcida espera que não tenha sido grave, pois tem sido fundamental no time de Levir.

GIOVANNI

Marcou bem, mas não tem a mesma desenvoltura ofensiva de Wellington Silva. Em alguns contra-ataques, deixa de construir jogadas proveitosas.

GUM e HENRIQUE

Não tiveram vida fácil. Além de atacar com muitos jogadores, o Volta Redonda trocava passes com rapidez na intermediária tricolor. E insistia no jogo aéreo. A dupla se virou como pode e levou vantagem na maioria das vezes. Henrique foi bem, interceptando vários lances de perigo, mas quase entrega aos 40’ do 1ºT. Em vez de despachar, tentou livrar o perigo com categoria e entregou nos pés do adversário. Gum foi muito exigido nas bolas alçadas e ganhou praticamente todas. No entanto, como é sua característica, errou muito quando saiu da área e cometeu muitas faltas por trás. Gum tem a mania de colar no atacante e abraçá-lo. Óbvio que o árbitro vai marcar. Não adianta ficar reclamando depois.

WELLINGTON SILVA

Brigou muito, principalmente porque a marcação foi muito dura, e conseguiu boas faltas para Gustavo Scarpa jogar na área. Por outro lado, errou alguns lances desnecessariamente no campo de ataque. Às vezes, é melhor passar para um companheiro que está ao lado, do que cruzar para uma área cheia de inimigos altos. Dificilmente, vai encontrar alguém em condições de finalizar. Com a saída de Jonathan, mudou de lado. A partir daí, ficou quieto e não atacou mais.

PIERRE

Muita garra na disputa da bola. Fez seu futebol padrão-Levir e ganhou quase tudo. Arriscou algumas subidas e até chute ao gol. Teve dificuldades com o volume do Volta Redonda no segundo tempo até a entrada de Edson. Grande partida no geral.

CÍCERO

Preso na marcação à frente da área e ficou sumidão até a metade do segundo tempo. Por isso, o Fluminense chegou menos vezes à área do adversário. Depois da entrada de Edson, saiu mais para o jogo e subiu um pouco de produção, inclusive, começando a jogada do segundo gol. Com o placar garantido, tratou de segurar a bola e ganhar tempo.

GERSON

Logo de cara, carregou demais a bola e perdeu grande oportunidade de colocar o Magno Alves na cara do gol. Depois de um bom início, desapareceu no restante do jogo. Demorou a ser substituído porque Levir teve que alterar duas vezes por causa de contusões.

EDSON

Entrou para fechar o meio-campo. Na primeira participação, teve muita convicção no gol e partiu com a bola. Boa conclusão, tirando o goleiro num toque de categoria. Importante na saída de bola nos minutos finais do jogo.

GUSTAVO SCARPA

O organizador das jogadas mais criativas. No entanto, como o Fluminense jogou mais recuado, quando partia com a bola dominada, tinha poucas opções de passe. É o ponto de equilíbrio e é o jogador de mais visão no time, além da importantíssima participação na marcação, pois recompõe com muita velocidade.

MARCOS JUNIOR

Ficou em campo só para ser protagonista de um erro de arbitragem. Saiu sentindo a coxa.

OSVALDO

Jogou praticamente o tempo inteiro. Não voltou bem. Errou quase tudo, inclusive nos deslocamentos, partindo para os lados errados nos contra-ataques.

MAGNO ALVES

Começou com dois passes errados e ambos proporcionaram contra-ataques perigosos. No terceiro, fez ótima assistência para Gerson na meia-lua. Depois, recebeu duas bolas na área para concluir, mas com gente na frente. Numa, chutou em cima da zaga; na outra, dominou, virou e bateu cruzado, sem chances. Um bonito gol. No segundo, um corta-luz espetacular para deixar Edson partir para balançar as redes. Ainda ajudou demais na marcação. O nome do jogo.

LEVIR CULPI

Diferente das partidas anteriores, o Fluminense não partiu para dentro do adversário no começo do jogo. Pelo contrário, ficou mais fechado e procurou a saída rápida para surpreender o Volta Redonda. Os laterais, que têm atuado avançados, saíram com mais cautela. No primeiro tempo, seguindo a estratégia do técnico, o Fluminense alternou a posse da bola com contra-ataques. Deu certo e saiu vencedor para o intervalo. Na volta, o Fluminense ficou acuado e, quando recuperava a bola, entregava-a de volta ao Volta Redonda. O resultado foi de pressão e contra-ataques. Então, percebendo a marcação deficiente no meio-campo, Edson entrou no lugar de Gerson, que não organizava a transição, nem colaborava atrás. Essa substituição matou o jogo: o Fluminense marcou o segundo e reforçou o sistema defensivo.

VOLTA REDONDA

Joga muito fechadinho e compactado. Inclusive, ao contrário de outros pequenos, ataca sempre com muitos jogadores. Investiu muito nas bolas aéreas. Seu técnico, Felipe Surian, percebeu que uma das forças do Fluminense atual é o lado do campo, e colocou uma marcação reforçada pelas laterais.

ARBITRAGEM (Wagner do Nascimento Magalhães)

No começo do jogo, um erro do auxiliar ao marcar impedimento inexistente de Marco Junior, que ia aparecer na cara do goleiro do Volta Redonda. Arbitragem tranquila. Havia muita preocupação porque é sabida a aliança entre Eurico Miranda e Rubens Lopes e, ontem, a arbitragem foi decisiva na vitória do Vasco. Não seria surpresa se o Fluminense fosse prejudicado para que o Vasco tomasse a liderança da Taça Guanabara e jogasse por um empate no próximo domingo para conquistá-la.

…SAINDO DE CAMPO

Gerson e Osvaldo não tiveram uma atuação à altura dos demais em campo, assim, o Fluminense teve dificuldades para se impor. Henrique, Pierre, Gustavo Scarpa e Magno Alves foram muito bem e foram decisivos para a conquista dos três pontos. Fred? Levir? Não. Fluminense!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

Imagem: MJ / PRA

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