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Ah, Fluminense…você é meu remédio, meu desespero e êxtase. Minha cura, minha lágrima de alegria. Nunca foi fácil para um tricolor. Nada é fácil e, justamente por isso, somos guerreiros destemidos, desafiadores, na luta e na dor.
Fluminense, você me deu mais uma alegria num momento em que eu precisava. Você é meu bálsamo. Campeão da Recopa em cima de um algoz que por duas vezes nos tirou o riso e o gosto da conquista. Eles nos calaram, não mais!
Fluminense, você virou o jogo e a História de novo, mostrando que cada um de nós podemos virar o jogo da vida, dando esperança e contemplação para os seus. Em cada arrancada do Arias, eram minhas pernas que corriam e driblavam em busca do gol.
Fluminense, você é a mais pura realização dos sonhos de criança, dos idosos esquecidos, dos adultos desesperados que buscam um mínimo de dignidade. Você é exemplar, quase um delírio etílico, uma comoção coletiva, um troço qualquer que mexe com tudo por dentro.
Fluminense, você tem João de Deus nas horas mais incertas. E ele como sempre nos escutou. Em catarse a gente canta, os anjos e santos nos ouvem. Só você!
Fluminense, você me fez sentir emoções incríveis novamente. Quando Marcelo, Renato Augusto e Douglas Costa entraram, a voz do anjo sussurrou no meu ouvido: é agora. Ele não errou.
Fluminense, me reportei ao velho Maracanã, com suas arquibancadas de concreto, me trazendo o abraço do meu pai. Que saudade boa. Só você pra isso. Me fez sentir aquele abraço tão vivo, mesmo que tão distante.
Fluminense, obrigada por mais essa lembrança que vou guardar nessa e em outras vidas que virão. E saibas que sempre vou honrar tuas cores, passando de geração em geração esse espírito de guerreiro, lutando até o fim. Você me ensinou, Fluminense.
Foto: Bernardo Nunes