O massacre das estatísticas contra a visão de Abel Braga (por Marcelo Savioli)

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Amigos, amigas, tive a oportunidade de ler um pedaço da entrevista de Abel Braga na última segunda-feira, após a vitória sobre o Botafogo. Dizia Abel que o seu time reserva propõe mais o jogo, mas que seu time visto por ele como titular dá mais segurança.

Que o time chamado reserva propõe mais o jogo, a entrada de Ganso e Nonato aos 20 minutos do segundo tempo no jogo contra o Botafogo, agora no 4-3-3, e não mais no 5-2-0-3, mostra claramente. Já a tese de que o seu time dito titular oferece mais segurança é desmentida de forma praticamente irrefutável pelas estatísticas.

Antes de chegar à questão da referida segurança, eu gostaria de passar por matéria do Globoesporte.com, de ontem, que mostra que das 13 vitórias obtidas pelo Fluminense, 10 foram com apenas dois, e não três, zagueiros em campo, fosse o time escalado assim desde o início, fosse a vitória obtida após a mudança do esquema.

Eu quero acrescentar, confesso que tendo como base estatística apenas a memória, que o time do Fluminense, atuando com dois zagueiros, não sofreu nenhum gol na temporada. Pode ser que eu esteja enganado, mas minha memória não é tão ruim assim. Acho que não sofreu nenhum mesmo, e isso no 4-4-2 ou no 4-3-3.

Ora, a ser verdadeira essa estatística, a visão de Abel se mostra totalmente desconectada da realidade. Que o time com dois zagueiros tenha sofrido um gol, o que eu não me lembro, ainda assim há uma distância entre a realidade e a visão do nosso treinador.

De qualquer forma, a visão de que o time chamado de titular oferece mais segurança no jogo não se sustenta nos fatos, porque a estatística nada mais é que uma forma de reproduzi-los em números, mas a coisa vai muito mais além desse debate sobre segurança e eu quero ir para o que nos acostumamos a chamar de Time B, o que se consolidou jogando no 4-4-2.

O Fluminense fez três partidas atuando nesse esquema, que foram as três melhores exibições da temporada. Não foram, aliás, apenas as três melhores exibições, foram exibições que encheram os olhos de quem gosta de futebol bem jogado, com toque de bola, aproximação, controle de jogo, posse e marcação pressão. Vocês sabem qual foi o resultado dessas três partidas em que o Fluminense atuou no 4-4-2?

O Fluminense venceu as três, marcou 9 gols e não sofreu nenhum. O nosso meio de campo foi formado por Wellington, Martinelli, Nonato e Ganso. Nosso ataque formou com John Árias e Germán Cano. Será que é preciso dizer mais alguma coisa?

Será que Abel, que é o técnico do Fluminense, ignora esses fatos? Três jogos atuando no 4-4-2, nenhum gol sofrido e média de três gols por partida. Eu não estou inventando isso, são os fatos. Como podemos ter um treinador que analisa uma temporada ignorando os fatos, preferindo reproduzir, acima deles e das estatísticas, a sua visão derrotada, que nos tirou da fase de grupos da Libertadores?

E se as estatísticas não nos ajudassem, ainda assim teríamos os fatos. O chamado Time B não é diferente do chamado Time A porque propõe o jogo. É diferente porque joga futebol. Porque o bonito não é ineficaz e o feio não é competitivo. Dizer que jogar feio é ser competitivo é uma das grandes falácias da história do futebol. Acreditar que jogar se defendendo, salvo raras exceções, é caminho para as vitórias é o mesmo que ver o mundo pelo lado do avesso.

Vocês sabem o que tudo isso quer dizer? Imaginem se tivesse nesse meio com Wellington, Nonato, Martinelli e Ganso o André no lugar do Wellington. Não estou cornetando o Wellington, longe disso, porque foi muito bem em todas essas partidas em que atuou no formidável Time B. Apenas estou reconhecendo que o André nesse time o tornaria ainda melhor, mas o ganho poderia ser ainda maior com o Yago na lateral-direita, algo com que nunca concordei, até a noite de segunda-feira, como forma de escalarmos o que temos de melhor.

Amigas, amigos, quando Abel diz que se fosse torcedor estaria feliz na arquibancada com aquele espetáculo deplorável de segunda-feira, a impressão que eu tenho é de deboche, embora, do alto de sua miopia, eu ache que ele estava sendo sincero, o que é ainda mais grave que suas escolhas, porque é um sinal de que não vai mudar.

Com tal leitura tornada pública, sua carta de demissão era para já estar pronta, embora saibamos que a direção do futebol do Fluminense, se é que existe, passa longe de esboçar a mais remota seriedade ou compromisso com a grandeza do clube que torcemos. Como é assim, nós nos tornamos uma torcida esquisita, que, apesar de tricolor, não torce mais para o time do Fluminense, mas pelas substituições.

Logo, se isso não mudar, poderemos trocar o nome de Fluminense para Substituições Football Club!

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Tem maior falácia do que essa de dizerem que estão “reconstruindo” o Fluminense?

Eu não vou me alongar nesse assunto para não ser exaustivo. Quem sabe não falo disso no sábado?

Saudações Tricolores!

2 Comments

  1. Caro Savioli….perfeita sua análise…em referência ao ABELANTA…sinto falta no vocabulário dele da seguinte pérola : Surreal !!! kkkkk.

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