Amigos, amigas, não foi por causa disso que adiei minha coluna, que era para ter sido publicada ontem, mas o atraso acabou caindo como uma luva.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, proibiu, entre o dia 26 de março e 4 de abril, a realização de jogos no município do Rio de Janeiro. Serão dez dias sem futebol e eu confesso que acho que dez dias é muito pouco.
As notícias que eu tenho lido dão conta de pessoas sendo entubadas sem anestesia, o que é uma desumanidade sem tamanho. Não pior do que as que, por falta de leitos, morrem nas filas dos hospitais.
Temos uma média de mais de 2 mil pessoas morrendo diariamente de Covid-19 no país. Não é possível que não haja uma grande mobilização nacional no sentido de enfrentar essa desoladora realidade.
O Brasil já é o líder de mortes no mundo. Quando feito o cálculo proporcional, por milhão de habitantes, o quadro é ainda mais aterrador. Nós estamos presenciando um genocídio nesse país, promovido pela indiferença, pela ganância e pela irresponsabilidade.
Todos sabem que eu sempre defendi uma janela entreaberta para o futebol mesmo quando ainda havia quem levasse a sério as medidas de isolamento. Numa realidade tão devastadora, o futebol cumpriria seu papel social de ao menos dar algum alento às pessoas, uma opção de lazer no meio do caos.
O problema é que o caos não acaba nunca e me parece desumano obrigar quem quer que seja a se expor se não for para o exercício de uma atividade essencial, e, convenhamos, por maior que seja a importância do futebol para nossa sociedade, ele não é essencial.
Eu confesso que, mesmo sabendo de tudo que estava acontecendo nos últimos meses, procurei preservar minha sanidade me mantendo, na medida do possível, alheio. Mesmo a medida do possível, porém, é insuficiente para me fazer indiferente e aplacar a profunda tristeza que estou sentindo pelo que está acontecendo no Brasil, que vai muito além da forma desastrosa como lidamos com a pandemia, ao ponto de sermos citados na OMS como exemplo de como não fazer as coisas.
Eu queria muito continuar tendo Fluminense para assistir, mas não é só o meu desejo individual, que não pode estar acima do bom senso e da integridade das pessoas envolvidas com o futebol. Mesmo a ideia do papel social do futebol não se sustenta diante do que estamos passando.
Cada um de nós precisa declarar guerra, uma guerra inclemente, contra esse vírus, e que as autoridades políticas e de saúde façam sua parte, porque sem isso o que nós teremos é a continuidade de um genocídio, que está em curso e ameaça até a forma como aqueles que sobreviverem conseguirão se olhar no espelho, pelo menos os que têm alguma vergonha na cara.
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A vitória sobre o Bangu mostrou um Fluminense cheio de ideias, embora tenha tido uma natural dificuldade de executá-las, haja vista o tempo para treiná-las.
Vi movimentações interessantes no time, que, aparentemente, revelam uma ideia de jogo dinâmica, com trocas de posições e criatividade tática.
Confesso que eu não entendi tudo. É só uma questão de percepção, baseada no que vi em campo, que merece uma análise mais profunda e demorada, principalmente porque o time que esteve em campo, e que certamente estará amanhã, em Bacaxá, não é o titular.
Não me peçam para explicar por que Yuri, e não André, ou a continuidade de Danilo Barcelos e Caio Paulista no time titular, quando temos outras peças para ver em campo, que podem agregar muito mais valor à nossa trajetória em 2021.
É difícil falar mais sobre futebol do que isso num momento como esse.
Saudações Tricolores!
E o que dizer do comentarista de posts?
Pfffffffff
E o que dizer do comentarista de comentário de post?
aaaaaaaaf…
se futebol profissional não é uma atividade essencial, imagine então o jornalista esportivo e/ou comentarista de futebol?